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SELIC

Mercado prevê mês com a menor taxa de juros; confira

Analistas preveem que a taxa Selic terminará 2023 em 12,5% a.a., com três reduções de 0,5 p.p. aguardadas nas últimas reuniões do ano

Imagem: Reprodução | Freepik
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Marina Roveda Publicado em 14/06/2023, às 08h28


No cenário atual, a perda de força da inflação nos últimos três meses tem se mostrado favorável ao governo, impulsionando sua pressão pela redução dos juros básicos. No entanto, os analistas do mercado financeiro mantêm-se relutantes e acreditam que o primeiro corte da taxa Selic ocorrerá apenas em setembro.

A trajetória de queda dos juros básicos no segundo semestre é amplamente esperada, havendo consenso sobre a necessidade de redução. Restam apenas dúvidas sobre o momento e a magnitude desses cortes. Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 13,75% ao ano, o maior patamar dos últimos seis anos, desde agosto do ano passado.

De acordo com as estimativas mais recentes dos economistas consultados pelo Banco Central semanalmente, a Selic encerrará o ano de 2023 em 12,5% ao ano, com três quedas de 0,5 ponto percentual previstas para as reuniões do Copom de setembro, novembro e dezembro.

Na última segunda-feira (12), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ressaltou os esforços do governo em reduzir os juros. Segundo ela, já existem condições para um corte da taxa básica na próxima reunião, marcada para o mês de agosto.

"Estamos fornecendo todos os elementos e condições para que o Banco Central e o Copom possam considerar seriamente a queda dos juros a partir de agora, com previsão de redução em agosto", afirmou Tebet após a reunião do Conselhão.

A avaliação da ministra leva em conta o recente arrefecimento da inflação, que apresentou um ritmo de alta mais moderado nos últimos três meses, bem como o progresso no Congresso Nacional da tramitação das novas regras fiscais propostas pelo governo.

Para o diretor de tesouraria do Braza Bank, Bruno Perottoni, o mercado já considera uma boa possibilidade de ocorrer um corte de 0,25 ponto percentual nos juros em agosto. "A redução dos juros já não é mais uma questão de 'se', mas de 'quando'", afirma Perottoni.

No entanto, ele avalia que é um pouco precipitado afirmar com tanta convicção sobre os cortes, considerando que o mundo está seguindo uma tendência de aumento dos juros para combater a inflação. Nesse ponto, ele enxerga o Copom como mais conservador do que as expectativas do mercado.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, compartilha o movimento especulativo de antecipação do corte dos juros, mas acredita que a pressão do governo e do setor produtivo não tem potencial para alterar as decisões da autoridade monetária. Segundo ele, a posição do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e dos demais diretores é mais influente do que as declarações governamentais.

Ressaltando a postura do BC frente à pressão, Roberto Campos Neto destaca que a curva futura de juros aponta para taxas menores. Em discurso direcionado a empresários, ele afirma que esse movimento abre espaço para o corte da taxa Selic no futuro, sem especificar exatamente quando.

"A curva de juros futuros tem apresentado uma queda relevante. Isso significa que o mercado está confiando no que está sendo feito, abrindo espaço para a atuação da política monetária no futuro", afirmou Campos Neto na última segunda-feira. No entanto, ele ressalta que o BC deve agir com "parcimônia", evitando reduções artificiais nas taxas.

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