Diário de São Paulo
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Comunicado da Copom sobre Selic aumenta instabilidade entre governo Lula e BC

Mesmo com pressão do governo, conselho decidiu manter a taxa de juros básica em 13,75%

Fernando Haddad e Campos Neto - Imagem: Montagem com fotos de divulgação
Fernando Haddad e Campos Neto - Imagem: Montagem com fotos de divulgação

Marina Roveda Publicado em 23/03/2023, às 11h32


Quase no final do dia de ontem (22), o Conselho de Política Monetária (Copom) anunciou a manutenção da taxa de juros básica da economia em 13,75%. É a quinta manutenção consecutiva e acontece em meio a tensão com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse durante uma conversa com jornalistas que considerou “muito preocupante” o comunicado do grupo sobre a taxa Selic

Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje nós divulgamos o relatório bimestral. mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas. O comunicado deixa em aberto, no momento em que a economia estar retraindo e o crédito está com problemas, o Copomchega a sinalizar até a possibilidade da subida taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo. Lemos com muita atenção, mas achamos que o comunicado preocupa bastante. Porque, a depender das futuras decisões, podemos, inclusive, comprometer o resultado fiscal, porque, daqui a pouco, você vai ter problemas das empresas para vender, recolher impostos. Nossa preocupação é essa”, informou

Haddadainda espera que o Copom atenue o comunicado quando atualizar a ata na semana que vem, assim como aconteceu na primeira reunião deste ano. “O primeiro comunicado veio muito duro, a ata atenuou. Alguns dias depois, a ata veio diferente, um pouco atenuada. Tomara que isso aconteça de novo, mas nós vamos fazer chegar ao Banco Centrala nossa análise sobre o que é mais recomendado para a economia brasileira encontrar o equilíbrio”, analisou o ministro.

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