Diário de São Paulo
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Novo alagamento

Porto Alegre enfrenta novo alagamento deixando ruas bloqueadas

População é novamente surpreendida por alagamentos, afetando áreas já impactadas e novas regiões

Bairro Cavalhadas, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira (23) - Imagem: Reprodução / Rafa Neddermeyer / Agência Brasil
Bairro Cavalhadas, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira (23) - Imagem: Reprodução / Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 24/05/2024, às 12h45


As intensas chuvas que atingiram Porto Alegre na quinta-feira (23) provocaram alagamentos em diversos bairros, surpreendendo a população e causando uma série de transtornos. Nas últimas horas, a água começou a recuar, mas os estragos deixaram um rastro de resgates, vias bloqueadas e prejuízos consideráveis.

A prefeitura confirmou que os problemas ocorreram nas zonas Central, Norte e Sul da capital gaúcha, afetando bairros como Centro Histórico, Menino Deus, Cidade Baixa, Praia de Belas, Ipanema, Cavalhada, São Geraldo, Moradas da Hípica, Santa Fé e Restinga. Alguns desses bairros, como Restinga, não haviam sido alagados anteriormente.

Na Região Sul, especialmente nos bairros Cavalhada e Hípica, onde a última enchente não havia causado alagamentos, o Corpo de Bombeiros teve que utilizar botes para resgatar pessoas ilhadas em suas casas. No Centro, áreas como Menino Deus, Praia de Belas e Cidade Baixa voltaram a inundar, enchendo novamente imóveis que haviam sido recentemente limpos.

No Norte, um trecho da Avenida Sarandi e parte do talude de contenção do Arroio das Pedras cederam, agravando a situação em uma área que não havia sido afetada na enchente anterior.

Maurício Loss, diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) de Porto Alegre, explicou que os alagamentos ocorreram devido à grande quantidade de chuva em um curto período, somada às galerias de escoamento entupidas por barro e lixo acumulados após a cheia do Guaíba. Ele ressaltou que não houve um "colapso" no sistema de drenagem, mas que as redes estão fortemente assoreadas, dificultando o escoamento. 

As redes de drenagem também estão bem assoreadas (com acúmulo de sedimentos, como terra e areia). [Além disso], todos os arroios que desembocam no Guaíba não estão conseguindo ter vazão em razão da elevação do nível. Isso prejudica o escoamento da água das chuvas e alguns bairros da Zona Sul que não estavam alagados tiveram problemas com a chuva", diz Loss.

O volume de chuva registrado nas últimas 15 horas ultrapassou os 100 milímetros em várias áreas da Zona Sul, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Maio de 2024 já é considerado o mês mais chuvoso da história de Porto Alegre, com um volume de precipitação que superou todos os recordes anteriores desde 1916.

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