Por Renato Nalesso
Redação Publicado em 18/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h24
Por Renato Nalesso
Tem umas coisas no futebol que ficam difíceis de entender. Durante a semana que passou, para a surpresa de todos, a diretoria do São Paulo anunciou a saída do argentino Hernán Crespo para horas depois apresentar o ídolo Rogério Ceni como novo treinador. O ex-goleiro inclusive dirigiu o treino naquela mesma noite. A atitude bastou para dividir os torcedores do Tricolor. Enquanto o público ‘comum’ apoiou a volta do eterno camisa 1, as organizadas protestaram. Sobretudo por uma declaração polêmica que ele deu nos tempos em que dirigia o Flamengo, quando disse que no rubro-negro carioca a ‘atmosfera é diferente’.
Eu penso que essa história de birra por ele ter exaltado o Mengão é uma bobagem. No futebol é assim mesmo e todo mundo defende a camisa que veste naquele determinado momento. Para mim o problema do Rogério é que ele é um técnico com prazo de validade. Ou seja, por mais que comece executando bem seu trabalho, a personalidade forte dificilmente lhe traz longevidade no cargo.
Além do ego exacerbado, o atual técnico são-paulino é centralizador e raramente aceita conselhos ou interferência de terceiros. E isso no esporte tão coletivo como o futebol atrapalha (e muito!). Isso ficou evidente nos tempos de Cruzeiro e Flamengo, onde ele quis dominar geral e tomou duas rasteiras. Onde ele se deu bem foi no Fortaleza, que é um clube de menor representatividade nacional.
Já no São Paulo ele está em casa. É o lugar onde ele cresceu no esporte e virou ídolo. Conhece todo cantinho do clube. Teria tudo para dar certo. Mas se continuar achando que é mais importante que a boleirada e a comissão, vai se dar mal. As pessoas estão nessa vida para evoluir aprendendo com os erros. Acho que o Rogério Ceni ainda não entendeu isso.
Surpresa positiva
Quando vi na escalação da Seleção Brasileira um jogador chamado Raphinha, que atuava pelo inexpressivo Leeds United da Inglaterra eu já torci o nariz. Me cheirava ser mais um jogador inventado pelo técnico Tite a pedido – que sabe? – da CBF. Mas não é que queimei minha língua? Esse rapaz entrou em campo nos jogos das Eliminatórias da Copa e realmente chamou a atenção pela velocidade, domínio de bola e ótimo poder de conclusão. Fez alguns gols e formou uma ótima dupla ofensiva com o Neymar na partida contra o Uruguai. Sempre tive a ideia que na Seleção precisam ser convocados os melhores. Mas boas ‘invenções’ bem observadas são sempre bem-vindas.
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Renato Nalesso é profissional de mídia desde 1999. Jornalista, pós-graduado e com passagens por Bandeirantes, Globo e Record. Exerceu por três anos a função de assessor de imprensa do Guarani Futebol Clube. Desde 2013 acumula as funções de editor-chefe e diretor do programa ‘Os Donos da Bola’ da Band, apresentado pelo ex-jogador Neto.
[email protected] | @RenatoNalesso
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