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COLUNA

O primeiro debate

Candidatos à Presidência. - Imagem: Reprodução
Candidatos à Presidência. - Imagem: Reprodução

Rodrigo Sayeg Publicado em 30/08/2022, às 09h14


Recentemente, tivemos o primeiro debate pela Presidência da República. Seis candidatos à Presidência da República participaram neste domingo (28) do primeiro debate das eleições de 2022, organizado pelo grupo Bandeirantes, Folha de S.Paulo, Uol e TV Cultura.

Porém, a coluna desta semana não falará dos presidenciáveis ou de seus discursos. A coluna vai falar de um debate muito mais antigo. O famoso “o que eu tenho a ver com isso?”

Esse debate permeia a nação brasileira constantemente. Todos nós lembramos o ditado popular de que “futebol e política não se discutem” e como esse ditado na verdade foi inventado por alguém que nunca frequentou um boteco ou marcou um churrasco em casa.

Isso porque, sempre discutimos estes assuntos, especialmente com relação ao futebol, no tocante as eternas discussões de quem é melhor jogador, time, técnico etc. Pelé x Maradona, Messi x Cristiano Ronaldo, sendo que eu pessoalmente, sempre achei o Ronaldo Fenômeno o melhor centroavante do Brasil, na época em que ele jogou pelo Corinthians.

Porém, ainda parece que temos um tabu quanto a política, já que evitamos discuti-la a todo custo. Conforme pesquisa do Instituto Locomotiva, mais da metade do eleitorado nacional não quer discutir política. Entre os homens, 51% admitem desistir de conversar sobre política em algumas situações. Já entre as mulheres, o número sobe para 57%.

E com todo o respeito aos diversos analistas fazendo as mais variadas análises políticas deste afastamento do Brasileiro, mas este sempre foi um costume nosso. Infelizmente. Sejam as margens do Ipiranga, seja no nascimento da nossa República, o brasileiro sempre foi muito passivo com relação ao rumo de nossa nação.

O que impressiona, é como esse sentimento de desilusão e polarização afeta diretamente nossa participação.

Desde 1989 até a presente eleição, o número de abstenções, votos brancos e nulos aumenta significativamente no segundo turno das eleições presidenciais.

Em 2018, somando os votos nulos e brancos com as abstenções, houve um contingente de 42,1 milhões de eleitores que não escolheram nenhum candidato, cerca de um terço do total do colégio eleitoral nacional.

E depois perguntamos o porquê o Brasil não vai para frente. A resposta está aí. Talvez, para o Brasil evoluir efetivamente como democracianós, o povo, devemos tomar as rédeas de nossa nação.

Até porque, todas as vezes que tomamos, sempre algo revolucionário aconteceu. Diretas Já e a Constituição de 88; os caras pintadas; as manifestações dos 20 centavos; o movimento anticorrupção e a lava jato. Várias vezes o Colosso que é o povo brasileiroacordou e está na hora deste colosso acordar novamente.

Política não deve ser uma pauta que nos divide, muito menos uma pauta que nos torna agressivos com nosso irmão ou irmã. Política tem que ser um assunto que todos nós discutimos e 3 participamos, sendo que toda opinião feita de boa-fé deve ser respeitada e acolhida.

Pense como numa reunião de condomínio, no qual as pessoas vão decidir as regras do prédio. É nossa função deixar o prédio melhor para todos nós vivermos. Até porque aqueles que não participam depois não podem reclamar do como as regras foram mal feitas, ou como o síndico não sabe o que faz.

Enfim, nosso primeiro dever agora é justamente termos este primeiro debate e votar, exercer o poder do povo na forma da constituição e escolher o melhor candidato para o continuado crescimento nacional. Talvez devêssemos lembrar mais uma vez da lição de John Kennedy, pois muitas vezes perguntamos o que o País pode fazer por nós ao invés de perguntarmos o que podemos fazer pelo País. E efetivamente eu respondo, que neste momento, pelo nosso País, o que podemos fazer é debater e votar!

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