“Taxar grandes fortunas reduz a desigualdade, mas empobrece os ricos”. Essa foi a infeliz frase dita pelo dono da Riachuelo, publicada na Folha de SP no dia
Redação Publicado em 28/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h16
“Taxar grandes fortunas reduz a desigualdade, mas empobrece os ricos”. Essa foi a infeliz frase dita pelo dono da Riachuelo, publicada na Folha de SP no dia 17 de julho de 2021. Eu não sei vocês, mas eu achei a colocação no mínimo grave trazendo para a superfície pontos cegos, os quais na verdade, são chaves se pensarmos em desenvolvimento socioeconômico.
Visão limitada de desenvolvimento
Claramente o foco ainda está em acumular recursos e aumentar o patrimônio individual e familiar. A cegueira social nos deixa cada vez mais separados e apáticos nos levando a naturalizar carros blindados, condomínios com portões triplos e segurança privada por todos os lados como nas escolas, nos salões de beleza e nos shoppings, por exemplo. Quero lembrá-los que isso não é normal! Pelo contrário, é bizarro. Estamos tão identificados com a desigualdade social que sequer conseguimos imaginar a sensação de liberdade que teríamos se vivêssemos numa sociedade equilibrada. Ou será que é tão prazeroso assim viver cercado de seguranças?
Falta de compreensão histórica
Não dá para esquecer que o Brasil herdou uma cultura de exploração e escravização, a qual foi apenas abolida no ano de 1888, gerando uma herança no mínimo injusta para essa população que atinge quase 60% do Brasil. Se tivéssemos a capacidade de entrar em contato com a dor gerada durante esse período, certamente o olhar da classe social que se diz educada seria com maturidade e temas como reparação social estariam em pauta prioritária. Num país onde a miséria atinge cerca de 40 milhões de pessoas, qual é o tipo de riqueza que falta para alguém com tanto dinheiro se preocupar em empobrecer?
Limitada percepção do conceito de riqueza
Vivemos com a mentalidade de que dinheiro é a única forma de riqueza, quando na verdade, existem outros tipos que vão além da financeira, como por exemplo, a riqueza social e a ecológica. Conseguem imaginar o quão mais rico seria o Brasil se todos vivessem em condições morais, sociais e financeiras mais justas?
O atual sistema claramente não funciona para o pobre que ainda luta todos os dias para sobreviver, mas será que funciona para o rico também, o qual precisa se isolar em suas bolhas com medo de pisar o pé nas ruas e se preocupar diariamente em se manter no poder?
O dinheiro como é compreendido tem trazido mais prisão do que liberdade, e está mais do que na hora de abrirmos os olhos para os diferentes conceitos de riqueza que vão além das fortunas individuais. Caso contrário, esses tipos de pessoas continuarão sendo tão pobres, mas tão pobres que só terão mesmo dinheiro.
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Fernando Maskobi
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