“Há 20 anos, cerca de 9 mil pessoas viviam na rua na cidade de São Paulo. Dez anos depois, esse número subiu para 14 mil. Em 2015, eram quase 16 mil. No
Redação Publicado em 14/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h16
Por Rodrigo Sayeg
“Há 20 anos, cerca de 9 mil pessoas viviam na rua na cidade de São Paulo. Dez anos depois, esse número subiu para 14 mil. Em 2015, eram quase 16 mil. No último Censo, feito em 2019, eram 24.344 moradores de rua na capital.
A pandemia teve um papel para um novo aumento – o desemprego e a crise econômica levou muitas pessoas para essa situação. Chama a atenção de especialistas a quantidade de famílias inteiras que passaram a viver na rua nos últimos meses.”
Este é um trecho da reportagem do sitio de noticias g1, sobre o aumento da população de rua na pandemia, do mês de agosto deste ano.
Ou seja, em um espaço de 10 anos, o número de pessoas em condições extremamente vulneráveis chegou a duplicar. Isto é inaceitável. Inaceitável, pois estamos deixando, só em São Paulo, quase 25 mil pessoas sujeitas e expostas a condições degradantes, sem sequer percebermos, o que se agrava em muito na época de pandemia. Como se tais pessoas fossem invisíveis.
Relacioná-las à vadiagem, dobras e à criminalidade é simplesmente a odiosa e subjetiva marginalização e intolerância, o que é inadmissível.
E pior. Fechamos por um tempo as igrejas embora tenham historicamente servido ao acolhimento e atendimento à população carente. Fechamos o programa Bom Prato aos fins de semana mesmo com a população em condições vulneráveis crescendo, sob o anacrônico pretexto de “sobra comida”. Ignoramos as condições dessas pessoas pois, infelizmente, nelas não enxergamos o próximo. Isso tem que acabar. Ninguém deve ficar para trás!
Nesse momento é importante lembrarmos a lição de Thomas Paine de que quem quer garantir a própria liberdade, deve preservar da opressão todos; pois, se fugir a esse dever, estará a estabelecer um precedente que até a ele próprio há de atingir.
Está na hora de nós agirmos e intercedermos em favor dos mais vulneráveis, que são nossos irmãos e esquecermos essa desunião que assola nosso país. Estamos perdendo tempo brigando, com 25 mil pessoas só em São Paulo sofrendo e tendo que sobreviver em condições degradantes. Isto não pode mais permanecer.
Neste momento que estamos saindo da pandemia, é a hora de começarmos a cumprir nossa missão de resgatar a todos para não deixarmos ninguém ficar para trás.
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