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O encontro de nós três

O encontro de nós três - Imagem: Reprodução | Freepik
O encontro de nós três - Imagem: Reprodução | Freepik
Babi Hanones

por Babi Hanones

Publicado em 09/03/2024, às 06h53


Encontrar nem sempre é fácil, uma tarefa que levamos pela vida inteira. Encontrar com outro, mesmo aquele que parece tão próximo, nos pede tantas renúncias internas, das nossas razões e vontades. 

Esse terceiro elemento que constitui a soma de dois antes. O fruto que resulta de uma inteiração. Isso numa perspectiva saudável, onde há vontade genuína de nutrir e fazer crescer um vínculo. Por outro lado, pessoas em busca da sua metade, não irão formar essa trindade sagrada, certamente irão projetar esse eu faltante no parceiro ou em alguém fora da relação, e essa falta jamais será preenchida. 

Talvez por isso as relações que englobam mais que dois acabem mal em sua grande maioria. A questão não é moral, mas a qualidade interna de cada pessoa a lidar consigo mesmo, de forma central e inteira, é o fator decisório.

O autoconhecimento revela as partes faltantes, e possíveis projeções do que em nós continua oculto, na sombra. Qualidades que podem ser integradas e vão reverberar naquela tão sonhada liberdade. Essa que permite uma relação de dois ou mais, sem tantos faltantes, pedintes e projeções que destroem a interação frutífera. 

Por que resistimos tanto a compreender que o caminho da libertação é para dentro? E a partir daí, toda escolha cabe a cada um na sua singularidade, que permite saber o que é felicidade ou ruína. Sem conhecimento não há realização, e, portanto, não há possibilidade de individuação. 

Essa condição chave para realização de parcerias felizes e férteis. Onde há contorno individual e não uma vontade latente inconsciente que temos de fusão com esse outro, que parece ter o que me falta. Uma relação em que cada um cresce por conta própria, no solo fertilizado por ambos. 
Não há uma romantização do amor, onde o outro me salva da minha incompletude equivocadamente sentida, e sim um aprendizado real sobre o amor possível entre dois ou mais. 
Quem sabe resulte terceiros dessas relações saudáveis que construam e inspirem um mundo melhor.

Sou a filha do meio de três irmãos e dessa prova de três ainda como aprendiz resgato pedaços meus vistos através deles, nem sempre fácil, mas permeado de muito amor. E você que se encontra desalinhado nas suas parcerias te convido a olhar com maior carinho e recolher o que tem seu ali espelhado naquele outro que parece tão diferente e, ao mesmo tempo tão igual.

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