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COLUNA

Deixa a menina dançar!

Mulher dançando. - Imagem: Reprodução | Pixabay
Mulher dançando. - Imagem: Reprodução | Pixabay
Babi Hanones

por Babi Hanones

Publicado em 17/03/2024, às 05h36


Temos tantos pontos em comum com essa dentro de nós que quer dançar, se jogar, viver com uma dose extra de criatividade e vontade que só um criança feliz sabe ser. 

Aquela que dá um tempero diferente no fazer diário, que solta um riso terminando uma briga ou que ri daquele outro no sinal que xinga desmedido. Talvez aquela sábia dentro de nós que sabe viver, que dá valor e sentido a pequenas, e grandes aventuras que a vida nos chama. Desde a uma ida ao chuveiro num dia frio quando o gás termina a uma geladeira vazia que não pode ser preenchida. A dor do vazio que seja pela falta doída de recursos ou a falta sentida por alguém que não teve afeto e calor para nos dar. 

A menina que gira em busca da alegria de viver a cada dia como se fosse único. Fazendo a vez desse feminino que reside em cada um de nós, homens ou mulheres, vestidos de adultos que insistem em calar essa alegria e deixar vazar o peso do tempo. Que não passa quando queremos e acelera quando ela nos assalta com sua indolência restrita da vontade visceral de ser livre em si. 

Somente em si, nesse aspecto subliminar, um tanto hostil ao externo e hábil em nos deixar desconfortáveis naquela hora em que não podíamos rir. Somos atravessados de um riso sem fim diante de um momento fatídico.

Ela vem nos lembrar que tudo é transitório e que se deixássemos ela existir na sua sabedoria amorosa, e acolhedora não precisaríamos nos calar e tolir diante dos fatos da vida.

Seríamos mais flexíveis com nossas partes sombrias que precisam de um espaço para servir a nós mesmos na completude que buscamos fora, ao olhar de aprovação ou o tão desejado selo de sucesso que nos diz, eu venci! 

Agora ao que desejamos vencer? Ao sentimento de incompletude subjacente a nossa condição humana ou a fúria por mais aplausos e apreço?

Essa menina vem nos salvar do ranço que carregamos por não sermos perfeitos, de toda falta de amor sentida e de toda beleza humana que poderíamos usufruir.

Desse jeitinho só dela, que não é bom, nem mau, que nos deixa sem saber como defini-la, mas sem ela nos privamos de uma vida rica de sabor e sentido.

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