por Aryane Garcia
Publicado em 08/02/2024, às 07h55
A minha entrevistada de hoje é a Brunna Viana, 35 anos, Goiana, residente em São Paulo, tem um irmão, Eberth Viana de 22 anos, filha da Neuma Viana.
Brunna é formada em Administração de Empresas com pós graduação em Financial Markets pela Yale University.
1 – Conte-me sobre a sua infância de família humilde e classe baixa em Goiânia, você imaginava que estaria na Faria Lima, principal centro financeiro do Brasil?
Brunna:Eu sempre fui ambiciosa, nunca me limitei a nada, sempre gostei do impossível. Nunca tentei ir pelo caminho mais rápido e mais óbvio, sim eu imaginava que chegaria nesta posição, porque sempre lutei por isso, sacrificando muitas vezes minha vida pessoal.
2 – Você era influenciada por quais artistas que hoje perderam a referência com a revolução digital e advento da internet?
Brunna:Balão Mágico com a Simony, Sandy & Junior, Rouge (Spice Girls brasileiras).
3 – Após anos de aprendizado, tornar-se uma profissional reconhecida na sua área lhe traz facilidades laborais para opinar em outras áreas/empresas do segmento?
Brunna:Sem dúvida, com passar do tempo a experiência nos traz maiores facilidades em transitar em outras áreas, além do mais por estar próximo de muitos empresários, issonos dá uma visão mais ampla de negócios em diversos setores.
4 – Entre os seus hábitos produtivos durante a semana, existem preceitos adaptados por você que foram inseridos na sua rotina e que hoje você os aconselha para seus demais colaboradores e colegas mais jovens de trabalho?
Brunna:Sem dúvida além do exercício físico que considero de extrema importância, acredito muito no poder do networking no mundo corporativo e fora dele, mas não aquele networking forçado e sim genuíno, gosto de ajudar no que for possível e fazer conexões entre pessoas que geram negócios, gosto de ver as pessoas crescendo e prosperando.
5 – Qual o seu panorama sobre a situação econômica do Brasil nos últimos 20, 10 e 5 anos?
Brunna:De 1999 até 2010, o Brasil cresceu 4% ao ano, de 2013 a 2023, nós crescemos praticamente zero, não existe milagre, chega uma hora que não consegue performar o PIB, se o país não anda, ainda bem que temos o agronegócio para ajudar neste quesito.
Acredito que tivemos ao longo dos últimos 10 anos uma situação muito ruim do ponto de vista econômico e fiscal, crescimento aquém do esperado, o fiscal totalmente estourado e um debate político de quem vai gastar mais. O Brasil é um país complicado, a gente sempre soube, temos nosso inferno particular, fiscal e trabalhista.
E ainda temos a questão da insegurança jurídica, que afasta o investidor estrangeiro. Porém o Brasil é um país de oportunidades, temos o nosso Agronegócio que cresce a cada dia mais e carrega o PIB do país.
6 – Das mais diversas dificuldades e oportunidades que você encontrou no decorrer da sua carreira, fazer parte do agronegócio, o setor mais lucrativo no Brasil, lhe ajuda a entender a situação social do país? Quais são seus planos para colaborar com a inclusão dos jovens e mais mulheres no setor?
Brunna:O agro é um setor que sou extremamente apaixonada, venho do centro oeste e sempre tive um contato muito próximo com o agro, isso me ajudou a clarificar mais a situação, dores e desafios do setor que mais cresce no país. Estando no mercado financeiro, no polo principal do mercado financeiro na Faria Lima, é traduzir o que o mercado financeiro significa para o agricultor, traduzir de fato o que a Faria Lima comunica, pois existe uma lacuna muito grande entre o mercado de capitais e “dentro da porteira”, o meu papel é levar novidades, facilitando a vida de quem é do Agronegócio.
7 – A sua participação diária e ativa com as estatísticas econômicas do Agro lhe entregam uma variedade de oportunidades de crescimento. Na sua opinião, como o Agronegócio permanecerá em alta nos próximos anos – de acordo com o seu ramo de atuação?
Brunna:O Agro movimenta o nosso país, nós alimentamos o mundo. Não pode existir retrocesso, o que tem de ser feito é um foco maior do próprio governo para o setor, olhando com mais cuidado para logística, a parte de incentivo financeiro e no que tange o mercado financeiro, a ideia é desmistificar o setor para a Faria Lima e, de fato, subsidiar o setor no que for preciso, atuando lado a lado para maior crescimento do setor.
8 – De acordo com a sua experiência, em níveis globais, o Agro enfrenta desafios para comunicar com o mundo a sua importância no impacto de toda a cadeia produtiva?
Brunna:Sem dúvida, existem linguagens diferentes, precisamos desmistificar o que temos aqui para o mundo, temos soluções fantásticas, mão de obra, podemos fazer tudo aqui dentro e exportar para o mundo, porém temos que divulgar melhor isso para o mundo de uma forma construtiva e não de forma para degradar o que temos.
9 - Como convencer a sociedade de que o Agro não é o principal responsável pelo aquecimento global? Qual a notícia ou manchete que deve ser desmentida por ter prejudicado falsamente o setor?
Brunna:O cenário das mudanças climáticas apresenta inúmeros desafios para o agronegócio. Ao mesmo tempo que a agropecuária é afetada pelos efeitos climáticos, devemos encontrar caminhos para aumentar a produção com sustentabilidade para atender à crescente demanda. A questão do carbono é importante para o agronegócio porque pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tornar a produção mais sustentável. Esse mercado oferece uma série de oportunidades ao agronegócio brasileiro, sendo elas diretas e indiretas. O Brasil é mundialmente reconhecido como um dos países com elevado protagonismo no mercado de carbono, e o agronegócio brasileiro tem potencial para ser um dos maiores fornecedores de serviços ambientais para o mundo.
10 – A popularidade dos produtores rurais está em risco e quais seriam os motivos para a demonização da composição ruralista?
Brunna:O produtor rural deve ser visto como um herói e não um vilão, não tem que existir demonização, pois em um setor que movimenta o país e o PIB, eles são peças fundamentais para o crescimento do país. Os governantes e a sociedade devem olhar com mais respeito o produtor rural, sabendo que é ali que vem o sustento do país.
11 – Quais os maiores nomes do Agronegócio brasileiro que influenciaram a sua vida e quais os principais no mundo que lhe fizeram mudar a visão e dinâmica para desbravar o percurso?
Brunna:Gerhard Bohne (in memoriam), quando atuei na Bayer Cropscience, um ser humano incrível que possuía bastante conhecimento que agregou muito no setor. Um outro nome seria, o Sr. Jose Humberto Theodoro, que foi CEO da Terra Santa Propriedades Agrícolas; uma vez fizemos uma live e ele disse “O que puder fazer para melhorar a vida do seu colega do lado, faça”, então ele é uma pessoa que faz a diferença no Agronegócio brasileiro.
12 – O fio condutor do sucesso do agronegócio é a economia; você acha possível que o Brasil diminua o poder de compra e passe por uma recessão econômica? Como o Brasil poderá se blindar de uma crise alimentar?
Brunna:Se não tivermos os devidos incentivos para o setor, teremos uma recessão no setor. A forma de blindar uma crise alimentar é pensar em fazer integração de políticas humanitárias em áreas de conflito, ampliar a proteção dos sistemas alimentares, como a produção de pequenos agricultores, mudanças climáticas e o fortalecimento de programas econômicos voltados a pessoas em situação de vulnerabilidade.
13 – Se você pudesse criar algumas regras sociais que favoreçam a dinâmica produtiva do Agronegócio e do povo brasileiro, quais seriam as suas propostas de lei?
Brunna: Incentivo fiscal e econômico para o setor do agronegócio. Crédito para subsidiar o setor e formas de implantação de infraestrutura, tudo feito de forma muito bem estruturada, pois nada vai funcionar por diletantismo, sem o devido incentivo correto.
14 – Das mais variadas atitudes que aceleram o crescimento do Brasil, qual a maior contribuição que essa geração poderá entregar que irá impactar os próximos 30 anos?
Brunna:Sem dúvida, se não pensarmos mais em agir em conjunto, pensar mais no próximo, ter mais empatia, tudo isso não é mais uma opção e sim uma forma de sobrevivência, temos que agir pensando no futuro dos nossos filhos, netos e no mundo que queremos deixar pra eles.
15 – Se você pudesse escolher uma cidade brasileira para viver até o último dia de sua vida, qual seria e por quê?
Brunna:Goiânia, minha cidade Natal.
Conecte-se a minha entrevistada através do seu instagram: @bruinveste e conheça mais sobre o seu legado no mercado financeiro brasileiro.
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