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Carros elétricos despencam de preço no Brasil e Fórmula E tem a ver com isso

Carros elétricos despencam de preço no Brasil e Fórmula E tem a ver com isso - Imagem: Reprodução | Fórmula E
Carros elétricos despencam de preço no Brasil e Fórmula E tem a ver com isso - Imagem: Reprodução | Fórmula E

por Flávio Perez

Publicado em 30/10/2023, às 05h50 - Atualizado às 08h50


O Estadão divulgou uma reportagem no mês de outubro explicando que os carros elétricos estão até R$ 100 mil mais baratos no país com a recente chegada de montadoras e a popularização do uso dos veículos, que apresentam versões 100% elétricas ou híbridas. A melhora do cenário econômico do Brasil e também a concorrência entre as empresas fez o valor cair e a tendência é melhorar um pouco mais.

E o crescimento é geral, já que pela primeira vez na história, o veículo mais vendido globalmente é movido a eletricidade. O Tesla Model Y conquistou a liderança com um total de 267.200 unidades vendidas durante o primeiro quadrimestre de 2023, superando o antigo campeão, o Toyota Corolla, que registrou 256.400 unidades vendidas. Essas informações provêm da consultoria especializada em automóveis, Jato Dynamics.

Um dos fundadores do Campeonato Mundial ABB FIA Fórmula E, o brasileiro Lucas di Grassi vem falando isso há tempos, desde que ao lado dos espanhóis Alberto Longo e Alejandro Agag decidiram colocar em prática o primeiro evento do automobilismo 100% elétrico do mundo.

Em 2014, as baterias ainda eram pesadas e limitadas, existia troca de pilotos nos boxes, a velocidade não era a esperada para um monoposto e as dúvidas eram muitas com a sempre comparação com a Fórmula 1. Autonomia então, nem se fala.

Toda tecnologia aplicada nas corridas de F-E foi naturalmente repassada para o consumidor final, já que as grandes montadoras como Porsche, Nissan, Audi, Mercedes e outras marcas estão nas pistas da Fórmula E ou já fizeram parte num passado muito recente.

Visionário, o piloto paulista, que defenderá a ABT Cupra em 2024, equipe que foi campeão em 2016-17, não imaginava esse número de montadoras e provas em várias capitais do mundo, mas já sabia que os elétricos irão dominar o mercado.

''Cada vez mais o elétrico continua a fazer parte da vida das pessoas e o que foi previsto há 10 anos está acontecendo. Analisamos em detalhe com especialistas do assunto e entendendo como a tecnologia funciona e chegamos a conclusão que os elétricos serão mais baratos que os veículos à combustão. É questão de tempo e escala para baratear ainda mais. Cada vez mais tempos mais locais de recarga e carros mais potentes'', disse Lucas di Grassi.

Em 2024, a F-E chega à décima temporada e já apresentou ao mercado três gerações de carros, onde muita coisa aplicada nos circuitos é vista já nos veículos de passeio nas ruas. O Brasil ganhou o primeiro mundial com Nelson Piquet Jr. e o terceiro com Lucas di Grassi, que se consolidou com a maior referência no esporte a motor quando o assunto é carro elétrico.

O Brasil além de sediar pela segunda vez o Campeonato Mundial ABB FIA Fórmula E no eprix de São Paulo, em 16 de março, terá o mineiro Sergio Sette Câmara pilotando pela ERT na próxima temporada.

Em Valência, na Espanha, onde na semana ocorreram os testes de pré-temporada, Sérgio Sette Câmara, a redução dos valores dos elétricos é importante para toda a população. ''Isso é fundamental para o consumidor final. A tecnologia do carro a combustão está estagnada há anos e os elétricos ganham em produção de escala e continuam oferecendo modelos com custo-benefício maior. A tendência natural é de redução''.

O Estado de São Paulo abriga 47.101 veículos elétricos, o que corresponde a 34% do total da frota brasileira, que totalizou 137.839 unidades até junho de 2023. Esses dados foram levantados pela Neocharge e têm como base informações coletadas pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

Em segundo lugar em termos de concentração de veículos elétricos encontra-se o estado de Minas Gerais, de Serginho Sette Câmara, com um contingente de 10.386 veículos, representando 7,53% da frota nacional. O Rio de Janeiro completa o pódio em terceiro lugar, com 10.183 unidades, o que corresponde a 7,39% da frota de veículos elétricos no país.

Com calendário perfeito para 2024, passando por cidades da China, Brasil, EUA, Índia, a Fórmula E já visitou muitos países, de preferência os mais populosos e com trânsito complicado, para espalhar a mensagem da mobilidade elétrica. A ideia da 'agenda elétrica' vem dando certo.

''A aceitação dos carros elétricos é enorme e nosso objetivo com a F-E para o Brasil era claro, ou seja, democratizar o uso dos elétricos, que antes eram muito caros e de luxo. A tecnologia avança e veículos, ônibus e até motos são cada vez mais elétricos. E é um orgulho que o parque automobilístico de São Paulo e de todas as cidades que visitamos esteja cada vez maior'', explicou Alberto Longo, co-fundador da Fórmula E.

As corridas de 2024 começam em janeiro na Cidade do México, e passam por países como Alemanha, Arábia Saudita, China, EUA, Índia, Itália, Japão, Mônaco e Reino Unido, esse último que abriga a rodada dupla de encerramento em julho em Londres. Serão 22 pilotos de 11 equipes para um total de 16 provas.

Os ingressos para a etapa de São Paulo da Fórmula E, que será no Sambódromo do Anhembi, começam a ser vendidos nos próximos dias. Mais de 20 mil pessoas estiveram no local para assistir a corrida deste ano vencida pelo neozelandês Mitch Evans.

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