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Mandaca conta que levou não do Corinthians quando tinha 14 anos: “Olha onde estou de novo”

Três dias depois de estrear pelo Corinthians com um gol na vitória por 2 a 1 diante do Novorizontino, Luis Mandaca pegou um avião junto do elenco para

CORINTHIANS
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Redação Publicado em 13/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h50


Jogador é opção para Vagner Mancini nesta quinta e festeja primeira viagem internacional da vida

Três dias depois de estrear pelo Corinthians com um gol na vitória por 2 a 1 diante do Novorizontino, Luis Mandaca pegou um avião junto do elenco para realizar a primeira viagem internacional da vida.

Aos 19 anos, ele é uma das opções de Vagner Mancini para o jogo contra o Peñarol, nesta quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), em Montevidéu, no Uruguai, pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana.

– É uma semana dura para gente. Nunca viajei para fora do país, vou trabalhar forte para poder estrear em um campeonato sul-americano – disse ele, em conversa com o ge.

Mandaca com Cássio e Bruno Méndez, do Corinthians, no avião — Foto: Reprodução do Instagram

Mandaca com Cássio e Bruno Méndez, do Corinthians, no avião — Foto: Reprodução do Instagram

Revelado pelo CSP, da Paraíba, Mandaca tem menos de um ano de Corinthians. Chegou ao clube para o time sub-20 no ano passado, fez 27 jogos e subiu ao profissional com Mancini para o Paulistão. Mas essa história no Timão poderia ter começado há mais tempo…

– Com 14 anos eu vim fazer teste no Corinthians de lateral-direito, mas não consegui ser aprovado. Do Corinthians eu fui para o Fluminense, mas também não consegui. Nunca desisti. Trabalhei, trabalhei e olha onde eu estou de novo – afirmou o garoto.

Mandaca hoje realiza o sonho de sua família. Ou melhor, de quase todos os membros da família…

– Meu avô não queria que eu fosse jogador, ele queria que eu servisse o Exército. Ele disse que não ia dar certo, mas meu sonho era ser jogador, não poderia realizar esse sonho dele –contou o jogador, que cresceu numa casa cheia de parentes, mas sem a presença do pai na infância e juventude.

Mandaca e Jô no treino do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Mandaca e Jô no treino do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Da infância pobre num dos bairros mais carentes de João Pessoa ao choro da emoção do primeiro gol, Mandaca se abriu e falou da ainda curta carreira nesta entrevista.

Confira abaixo:

ge: Após o seu gol, você disse ter orgulho do apelido “Mandaca”. Onde fica Mandacaru?

Mandaca: –É um bairro em João Pessoa, na Paraíba. É considerado um dos mais perigosos da cidade. Mas nunca deixei de amá-lo, de carregar comigo esse bairro. Tenho orgulho de dizer que moro ali, que cresci ali com a rapaziada. Minha mãe ainda mora lá. Ela e toda a minha família.

Como foi seu início?

– Comecei na escolinha JM. Eles sempre me ajudaram com conselhos, pediam para eu focar nos estudos e me afastar de certas amizades que podiam não me levar a um lugar muito bom. Sempre fui da casa para o treino ou para igreja ou para a casa da namorada (Beatriz). Nesta escolinha me ajudaram a não tomar rumos piores. Eu me afastei de algumas pessoas e foquei no que queria. Um dia fui levado para fazer um teste no CSP, entrei num jogo, fiz o simples e me aprovaram (em 2018).

É verdade que sua mãe te levava para treinar de bicicleta?

– É verdade. Isso chega até a me emocionar. Desde pequeno, vivi muitas dificuldades na minha vida. Tinha dias que não tinha dinheiro para treinar de ônibus. Meu avô tinha uma bicicleta e minha mãe (Irani) me levava: “Vamo simbora” (sic). Eu carrego isso para a vida toda, me dá forças. Quando vem as dificuldades, eu paro para pensar naquilo. Jamais vou parar enquanto não der um futuro melhor para ela.

Depois do seu gol, você chorou. Fábio Santos brincou que essa “é a base mais chorona do Brasil”. Como foi a emoção?

– Na hora eu não ia chorar, mas pensei na trajetória até chegar aqui, no que passei. Não tem como segurar a emoção. O Fábio é brincalhão, gente boa, gosto dele demais. Mas não tem como segurar a emoção. A gente lutou muito para chegar neste momento.

Família e ex-companheiros de Mandaca relembram início da carreira do jogador

Família e ex-companheiros de Mandaca relembram início da carreira do jogador

Mancini elogiou sua versatilidade em campo e sua determinação nos treinos. Onde prefere atuar?

– Eu me sinto mais à vontade como primeiro volante. Sou aquele volante que marca, o que a torcida gosta, que está sempre brigando, dando carrinho e procurando ajudar a equipe. Saio morto de campo. Na lateral direita eu fui bem (contra o Novorizontino), pois sou um jogador que onde me botarem vou dar o meu máximo fazendo o simples. Sobre os treinos, sempre me orientaram para não acabar o treino e ir pegar o celular, mas sim para fazer sempre um pouco a mais. Isso sempre me ajuda.

Luis Mandaca comemora estreia no profissional com gol marcado pelo Corinthians: "Um dia inesquecível da minha vida"

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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