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Mancini admite que usou tabu como motivação no Corinthians e afirma: “O 1 a 0 foi até pouco”

Cerca de 40 dias depois de vencer o líder Internacional na Neo Química Arena, o Corinthians repetiu o placar de 1 a 0 contra o São Paulo, atual líder do

Mancini
Mancini

Redação Publicado em 14/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h21


Técnico analisa vitória sobre o líder e diz que é momento de sonhar por coisas maiores

Cerca de 40 dias depois de vencer o líder Internacional na Neo Química Arena, o Corinthians repetiu o placar de 1 a 0 contra o São Paulo, atual líder do Brasileirão, em mais uma partida em que não entrou como favorito, mas conseguiu o resultado jogando melhor do que o adversário.

Neste domingo, a vitória ampliou um tabu que é incômodo para o torcedor do São Paulo. Agora, são 13 clássicos majestosos em Itaquera, com dez vitórias, três empates e nenhuma derrota. Histórico que foi usado como fator de motivação para os jogadores.

– Foi usado sim o tabu, o fato de não ter perdido, porque acho que é parte do jogo incentivar, fazer com que eles se superem, para que isso se torne rotina. Enquanto estivermos aqui, queremos vencer todos os adversários, especialmente um rival – disse o técnico, que fez seu primeiro clássico no Timão.

Na visão do treinador, aliás, a vitória foi incontestável. Mas o placar poderia ter sido bem mais amplo:

– Hoje, 60 dias depois da minha chegada, vejo uma equipe jogando diante do líder com personalidade, imposição, atitude, uma equipe que marcou bem, que não teve medo de marcar adiantado, dificultou a saída de bola, tirou a confiança do São Paulo. Duas vezes eles escaparam, depois corrigimos. No segundo tempo, Diniz mexeu e tornou o time de mais posse, mas conseguimos fazer a marcação e neutralizar um adversário tecnicamente muito bom. Em alguns momentos tivemos que abaixar as linhas, mas em todo jogo tivemos as oportunidades. O 1 a 0 foi até pouco pelo o que eu vi no jogo.

– O mais importante é ver a evolução do Corinthians, uma equipe que ganhou não só porque se defendeu, mas que saiu para o jogo, criou as melhores oportunidades e fez por merecer a vitória.

A vitória levou o Corinthians para 33 pontos, ocupando a nona posição. O Timão não sofre gols há quatro partidas. E interrompeu uma sequência invicta de 17 jogos do São Paulo no Brasileirão.

– É a segunda vez que o Corinthians joga em casa contra o líder e consegue vencer, ainda quebrou uma invencibilidade, então isso é requisito para fortalecer o que vem sendo feito, é o quarto jogo que não toma gol, então você vê uma equipe organizada, que não toma gols, o jogo do Corinthians tem que ser esse. Sabemos que o patamar tem que ser outro. Essa vitória nos dá a possibilidade de sonhar um pouco mais no campeonato, estamos distantes do grupo da frente, mas vamos buscar jogo a jogo nos afastarmos do que nos incomoda e seguir sonhando – destacou.

O treinador explicou a titularidade de Léo Natel, que herdou a vaga do suspenso Jô.

– Acho ainda mais interessante quando você monta uma estratégia, aposta em alguns atletas, e eles são os diferenciais em um jogo, foi o caso do Léo Natel, muitos esperavam o Davó, e o Léo foi uma peça importante pela força e velocidade, sabíamos que tinha que baixar linhas em alguns momentos, porque o jogo coletivo do São Paulo é muito forte, então tem que baixar para tirar o espaço, sabíamos que não poderíamos dar a marcação adiantada com espaço, porque é uma equipe que ataca os espaços, então acho que fomos bem nesse sentido.

Veja mais trechos da coletiva:

Bruno Méndez x Jemerson

– Jemerson estava quase pronto, mas pegou Covid-19, ficou duas semanas num ritmo inferior. Quem é atleta sabe que se você perder uma semana de trabalho precisa de duas, se você pede duas, precisa de três ou quatro semanas, mas a entrada do Bruno responde à pergunta. Mais importante que eu explicar, é enxergar o que ele fez em campo.A opção foi correta.

Boselli nem relacionado

– É opção. Eu sei que ele tem contrato encerrado no final do ano, mas é opção de jogo.

Tamanho da vitória

– Ganhar do líder e sendo melhor tem uma importância muito grande para todos nós, vencemos o líder, fomos melhores, com grandes oportunidades desperdiçadas, cabe até um puxão de orelha porque o time ficou tenso por isso, mas é importante saber que a estratégia montada deu certo, e algumas peças tiveram funções específicas e cumpriram bem.

Placar

– Tivemos oportunidades de ouro e pecamos, por isso o jogo foi difícil até o final, poderíamos ter feito o segundo gol ainda no primeiro tempo ou até no início do segundo. Acho que quem tem a competência de um bom trabalho ao longo da semana a sorte vai jogar junto, na maioria das vezes vai estar do lado. A partir do momento que você se organiza, que você tem a confiança necessária para realizar tática e tecnicamente a jogada, a sua tomada de decisão ela não melhora no jogo a jogo, mas sim no treinamento, quando você prepara alguns tipos de treinos para o jogador ter na tomada de decisão na hora do jogo a melhor saída.

Parte física

– É fundamental dizer que o trabalho do Flávio de Oliveira (preparador físico) precisa ser elogiado, porque hoje temos um time muito interessante fisicamente, os atletas estão conseguindo fazer o que a gente pede, lá atrás tinha dificuldade porque era uma mudança de metodologia, hoje temos após 60 dias um grupo que entendeu as formas de jogar, mesmo quando baixa linha, baixa, mas é objetivo, tem saída rápida de contra-ataque, quando marca adiantado, marca para tentar roubar a bola e tentar fazer o gol. O Corinthians caminha dessa forma.

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GE – Globo Esporte

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