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Larissa Pacheco minimiza rival da PFL que lutou com homem: “Não é mais forte ou mais fraca por isso”

Larissa Pacheco começa nesta quinta-feira, na bolha criada pela PFL em Atlantic City, a buscar o tão sonhado prêmio de US$ 1 milhão de dólares. Em 2019, ela

Larissa
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Redação Publicado em 05/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 20h19


Após chegar à final em 2019, brasileira estreia nesta quinta contra montenegrina Julija Pajic, e já mira possível novo encontro com a bicampeã Kayla Harrison: “Essa final com certeza será nossa”

Larissa Pacheco começa nesta quinta-feira, na bolha criada pela PFL em Atlantic City, a buscar o tão sonhado prêmio de US$ 1 milhão de dólares. Em 2019, ela chegou à final do peso-leve (até 70kg) com a bicampeã olímpica de judô Kayla Harrison, mas acabou derrotada. E depois de um 2020 sem evento por conta da pandemia, a lutadora paraense estreia em 2021 diante da montenegrina Julija Pajic, que ganhou notoriedade por ter feito uma luta clandestina com um homem, além de ter enfrentado um tigre.

Numa conversa com o Combate nesta semana, a lutadora brasileira – dona de um cartel com 13 vitórias e quatro derrotas, além de passagem pelo UFC – avaliou a adversária de 23 anos, três a menos que ela.

– Vi a luta (com o homem), inclusive. De verdade, não colocaria uma parada dessas no meu cartel. Não gostaria de ganhar um público com isso, porque isso é uma coisa que a gente sabe que pode ser muito manipulada, e uma atleta preparada contra um homem que não souber fazer nada a gente meio que pode prevalecer. Até porque, a gente treina com homem o tempo todo. Isso daí para mim não faz diferença, ela não é mais forte ou mais fraca por isso.

Ainda sobre Julija, que tem três vitórias em três lutas – e não tem a luta com um homem em seu cartel profissional -, Larissa acredita que a rival vai focar na trocação, e avisou que não vai fugir do duelo, apesar das armas que têm no chão. O jiu-jítsu pode vir como uma “cartada na manga”.

– Fiz um camp até sem saber, antes da confirmação, com um cara bem do top dela, bem do jeito que ela trabalha, mas até de uma forma melhor. Ele é mais técnico, mais contundente pelo fato de ser homem também. Óbvio que no início apanhei bastante dele, porque a minha base é o jiu-jítsu, mas fui pegando o tempo de movimentação e consegui chegar no nível dele de trocação. O meu nível de trocação será totalmente diferente na luta. Vai ser bem mais sem medo e metendo a cara e indo para cima, que geralmente é o que gosto de fazer. Gosto da briga em si. Vi que ela é uma atleta que basicamente joga de cima, gosta da parte da trocação especificamente, então casou com o que fiz (…). Quem me acompanha sabe que nunca busquei botar para baixo, pelo contrário, elas me colocavam para baixo e eu finalizava. Sempre foi uma isca. Botar para baixo é a cartada que tenho na manga, mas acredito muito no meu punch e na movimentação.

Na temporada 2019 da PFL, quando esteve pela primeira vez na organização, Larissa estreou com derrota para Kayla na decisão. Depois, finalizou Bobbi-Jo Dalziel e bateu Sarah Kaufman para chegar à final, de novo contra a bicampeã olímpica. E nova derrota por pontos. A brasileira acredita que as duas são favoritas para chegar à final novamente.

– Sei que todas as meninas que estão aqui são qualificadas, mas acho que sou uma das mais experientes. Acredito que o meu jogo seja um dos mais completos desse ano. Acredito que ela (Kayla) é a minha maior barreira, como acredito que eu seja a da Kayla também, e essa final com certeza será nossa (…). Nas duas lutas com ela, aprendi muito do que ela tem. Ela me ganhou no que realmente sabe fazer (…). Pelo fato de ter feito cinco rounds, deu para ver muita brecha, muita coisa que eu posso fazer agora, e que seja diferente. Ela é muito forte, isso não tenho o que dizer, sabe aplicar o jogo dela perfeitamente, é muito focada nisso de botar para baixo, segurar e bater. Ela foi eficaz nas quedas, na grade, mas não conseguiu me bater como faz com a maioria das meninas. Ela não conseguiu finalizar, estabilizar na montada… Vi uma série de coisas que posso trabalhar ganhando condicionamento físico, fazendo um trabalho totalmente diferente esse ano para chegar e ganhar dela.

Larissa Pacheco chegou à final peso-leve da PFL em 2019, mas perdeu para Kayla Harrison — Foto: Ryan Loco / PFL

Larissa Pacheco chegou à final peso-leve da PFL em 2019, mas perdeu para Kayla Harrison — Foto: Ryan Loco / PFL

Já desde a temporada 2019, Larissa Pacheco retornou às origens treinando em Marituba, município na região metropolitana de Belém. Ela deixou os treinos na TFT, no Rio de Janeiro, para ficar mais perto da família novamente. E depois do dinheiro que conseguiu com as quatro lutas na PFL, pôde montar uma equipe para se preparar. E se o prêmio de US$ 1 milhão vier, a estrutura vai ser ainda melhor, mas Larissa garante que o foco sempre foi o amor ao MMA.

– Penso assim: ganhar US$ 1 milhão vai ser surreal, vai mudar minha vida, vou conseguir me estruturar, posso investir pra caramba na minha carreira. Posso fazer um monte de coisa. Mas aí eu lembro que sempre fui muito pé no chão. Acho que um dinheiro desses não me mudaria, não mexeria com a minha cabeça. Olho ele como consequência do que faço. Quem trabalha no meio, principalmente no Brasil, sabe como é difícil ser atleta, como a gente investe tanto para ganhar pouco. Se fosse pelo dinheiro, já tinha feito outra coisa na minha vida. Falei outro dia: poxa, queria fazer outra coisa, mas não consigo. Tenho que passar pelo sofrimento de cortar o peso, pelas porradas que a gente leva na academia… Até falo muito com meu técnico: a gente ganha pouco, mas a gente se diverte. E a gente faz por amor. Do mesmo jeito que ele faz, eu faço muito por amor. Então, isso é uma só uma consequência do que amo fazer. Se ganhar US$ 1 milhão, vai ser consequência do bom trabalho, já fico feliz pra caramba.

Confira as dez integrantes da temporada no peso-leve feminino, em que quatro seguem às semifinais: Kayla Harrison (atual campeã), Cindy Dandois, Genah Fabian, Olena Kolesnyk, Mariana Morais, Larissa Pacheco, Julija Pajic, Laura Sanchez, Kaitlin Young, Taylor Guardado.

Serviço da transmissão

Combate transmite o PFL 2021 #3 ao vivo e na íntegra com exclusividade nesta quinta-feira, dia 6, a partir de 18h30 (horário de Brasília). O SporTV 3 e o canal do YouTube do Combate exibem as duas primeiras lutas ao vivo, e o Combate.com acompanha o evento em Tempo Real. Confira o card completo:

PFL 2021 #3
6 de maio de 2021, em Atlantic City (EUA)

CARD PRINCIPAL (22h, horário de Brasília):
Peso-pesado: Fabricio Werdum x Renan Problema
Peso-leve: Kayla Harrison x Mariana Morais
Peso-pesado: Mohammed Usman x Brandon Sayles
Peso-leve: Larissa Pacheco x Julija Pajic

CARD PRELIMINAR (18h30, horário de Brasília):
Peso-pesado: Ante Delija x Bruno Cappelozza
Peso-leve: Cindy Dandois x Kaitlin Young
Peso-leve: Genah Fabian x Laura Sanchez
Peso-pesado: Denis Goltsov x Justin Willis
Peso-leve: Helena Kolesnyk x Taylor Guardado
Peso-meio-médio: Magomed Umalatov x Kyron Bowen

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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