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Justiça decreta prisão de diretora de escola de SP investigada por vídeos de maus-tratos a crianças amarradas em banheiro

A Justiça decretou na terça-feira (22) a prisão temporária da diretora da escola infantil particular da Zona Leste de São Paulo investigada por suspeita de

Justiça decreta prisão de diretora de escola de SP investigada por vídeos de maus-tratos a crianças amarradas em banheiro
Justiça decreta prisão de diretora de escola de SP investigada por vídeos de maus-tratos a crianças amarradas em banheiro

Redação Publicado em 24/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h39


A Justiça decretou na terça-feira (22) a prisão temporária da diretora da escola infantil particular da Zona Leste de São Paulo investigada por suspeita de maus-tratos, periclitação de vida, que é colocar a saúde das crianças em risco, submissão delas a vexame ou constrangimento e tortura. O caso foi revelado pelo g1.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram crianças amarradas com lençóis e chorando num banheiro da escolinha, que foi fundada em 2002 e atende crianças 0 a 5 anos, do berçário ao ensino infantil (veja abaixo).

Policiais foram em 3 endereços, mas não a encontraram. Até a última atualização desta reportagem Roberta Regina Rossi Serme, de 40 anos, diretora e uma das sócias proprietárias da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, na Vila Formosa, não havia sido presa ou se entregado à polícia. Policiais foram a 3 endereços.

g1 não conseguiu falar com a defesa de Roberta para comentar o assunto até esta quarta (23). Num áudio gravado por uma das mães de alunos durante reunião com os pais das crianças na escolinha, no último dia 11 de março, a diretora havia se defendido, dizendo: “Denúncia completamente descabida e com coisas sem contexto”. O áudio foi divulgado neste domingo (20) pelo Fantástico.

Jornal Nacional apurou que, no pedido de prisão, a Polícia Civil alegou que a diretora estava planejando fugir, retirou materiais de dentro da escola para atrapalhar as investigações e ameaçava funcionários e ex-funcionários.

Foto mostra criança dormindo no chão da Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/ Redes sociais.

Foto mostra criança dormindo no chão da Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/ Redes sociais.

Em seu depoimento à polícia, Roberta negou que tenha amarrado ou mandado alguém amarrar as crianças que aparecem nos vídeos.

Defesa diz que cenas foram forjadas

Roberta Serme é diretora da Escola Infantil Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Redes sociais

Roberta Serme é diretora da Escola Infantil Colmeia Mágica — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Redes sociais

Em outras ocasiões, André Dias, advogado da diretora, chegou a negar à imprensa que sua cliente tenha amarrado ou mandado amarrar os bebês. Alegou ainda que alguém de dentro da escola, possivelmente alguma funcionária descontente, forjou a cena para prejudicar a direção.

“Considerando que a Justiça determinou o sigilo das investigações, algumas informações ainda não podem ser divulgadas. Por exemplo, a pessoa que efetivamente gravou esses vídeos, montou aquela cena pra fazer a gravação dos vídeos, e também ainda não podemos divulgar o apoio externo que essa pessoa recebeu pra fazer a confecção desses vídeos”, disse André, na semana passada ao Jornal Nacional.

“A escola reconhece os alunos, o ambiente, aparentemente é dentro da escola”, falou André. “Porém as circunstâncias com que os vídeos foram gravados não condizem com a realidade da escola. Foi feito sem nenhum conhecimento por parte das diretoras, das demais professoras.”

Em entrevista ao Fantástico, o advogado ainda criticou a forma como a polícia vem conduzindo os depoimentos dos funcionários da escola. “A professora diz assim: ‘Gente, quando eu pedi que eu queria ler aquele documento, me disseram, ó, você assina isso aí, fica quietinha'”, falou André.

Por meio de nota, divulgada pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil informou que “é pautada pelo respeito às leis.” E que “declarações infundadas não impedirão que o trabalho seja concluído e encaminhado ao Ministério Público [MP] e à Justiça.”

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G1

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