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Ipea prevê menor crescimento do agronegócio em 2021

O agronegócio deve crescer 1,5% em 2020 e 1,2% no ano que vem. A projeção é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que reviu para baixo suas

Ipea prevê menor crescimento do agronegócio em 2021
Ipea prevê menor crescimento do agronegócio em 2021

Redação Publicado em 27/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h39


Redução está relacionada às produções de trigo, café e cana-de-açúcar

O agronegócio deve crescer 1,5% em 2020 e 1,2% no ano que vem. A projeção é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que reviu para baixo suas previsões. Na análise anterior, feita no mês passado, o instituto estimou crescimento de 1,9% e 2% para este ano e para 2021, respectivamente. Os novos números estão descritos na Carta de Conjuntura Agro publicada nesta semana.Ipea prevê menor crescimento do agronegócio em 2021Ipea prevê menor crescimento do agronegócio em 2021

A redução do crescimento guarda relação com a queda de estimativa de produção de trigo, café e cana-de-açúcar. A produção de carne bovina deve sofrer retração de 5,5%. Também há expectativa de decréscimo para produtos da exploração florestal e da silvicultura, da pesca e da aquicultura, para produção de peixe, crustáceos e moluscos.

As safras recordes de soja (alta de 4,6%) e milho (crescimento 2,6%) reduzirão o impacto negativo das lavouras em baixa, da pecuária de corte e de outros produtos. As previsões do Ipea são baseadas no prognóstico da produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas projeções de safra da lavoura da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O diretor de estudos e políticas macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Jr, assinala que o agronegócio manterá o “nível muito acima” de crescimento na comparação com outros setores de atividade econômica. Ele acrescentou que os possíveis resultados “não necessariamente irão induzir uma piora na economia”. Segundo o especialista, as reduções de produção, por exemplo, “não significam queda da atividade industrial ligada ao agro.”

Souza Jr admite que a redução da oferta de produtos agropecuários e, especialmente, a depreciação do real poderão manter o preço dos alimentos em alta neste fim de ano e em 2021. “A taxa de câmbio tem papel muito importante na formação de preços”, explica, citando que o dólar em alta tende a favorecer a exportação de produtos e pressionar os preços no mercado interno.

Conforme descrito em nota do Ipea, “as exportações brasileiras registraram crescimento de 6% de janeiro a outubro de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019, impulsionadas pelo açúcar (63%) e carne suína (49%), soja (21%), algodão (21%) e carne bovina (20%).”

Esse efeito poderá seguir a despeito da crise econômica provocava pela pandemia da covid-19 em todo o planeta. “Alimentos têm dinâmica bastante específica. A demanda por esses produtos manteve-se em alta mesmo no auge da crise no Brasil e em outros países”, destaca Souza Jr. No caso da soja, por exemplo, a alta de preço entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano foi de 37,4% na comparação com 2019.

O dólar em alta também pressiona o preço de insumos como fertilizantes, defensivos agrícolas para a lavoura e ração para a criação de animais para o abate.

O Ipea ainda assinala que as contratações de crédito rural apresentaram bom desempenho entre julho e outubro, os primeiros meses do ano-safra 2020-2021, com a concessão de R$ 92,3 bilhões de crédito, “uma alta de 20,6% em relação ao mesmo período do ano passado”, contabiliza nota do instituto. Segundo o texto, “mesmo com a expansão do crédito, a inadimplência segue em níveis baixos.”

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Agência Brasil

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