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Fundo da PEC dos Precatórios ficará dentro do Orçamento

O fundo a ser criado para quitar os passivos da União e permitir o parcelamento dos precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva) não

Fundo da PEC dos Precatórios ficará dentro do Orçamento
Fundo da PEC dos Precatórios ficará dentro do Orçamento

Redação Publicado em 13/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h10


Segundo ministério, gastos do fundo afetarão déficit primário

O fundo a ser criado para quitar os passivos da União e permitir o parcelamento dos precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva) não ficará fora do orçamento, informou hoje (12) a Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia. Em nota, o órgão afirmou que os gastos do fundo serão contabilizados dentro do resultado primário, afetando o déficit do governo.Fundo da PEC dos Precatórios ficará dentro do OrçamentoFundo da PEC dos Precatórios ficará dentro do Orçamento

“Diferentemente do que têm apontado algumas instituições e analistas, o fundo sensibiliza o resultado primário. Por ser de natureza contábil, suas receitas e despesas passarão normalmente pelo orçamento e terão o mesmo tratamento para as estatísticas de resultado primário que toda e qualquer receita e despesa têm. Isso dá transparência e permite o acompanhamento fiscal de seu desempenho”, informou o comunicado.

Segundo o Ministério da Economia, o único tratamento diferenciado em relação ao Fundo de Liquidação de Passivos será a exclusão do teto de gastos do pagamento antecipado de precatórios com recursos do fundo. A criação desse fundo foi sugerida na proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.

Na avaliação da equipe econômica, a exclusão dessas despesas do teto é necessária para não comprometer outros gastos e comprometer o orçamento. “Dado que as principais receitas que compõem o fundo têm natureza extraordinária, a quitação antecipada desse passivo é incerta quanto ao momento e à magnitude, de modo que sua inclusão no teto dos gastos acabaria por afetar negativamente a execução de outras despesas, que teriam que sofrer fortes ajustes intempestivamente”, justificou a pasta.

A PEC enviada ao Congresso estabelece que o Fundo de Liquidação de Passivos será formado com receitas de privatizações. Os recursos acumulados no fundo poderão apenas quitar a dívida pública, procedimento atualmente fora do teto de gastos, e antecipar o pagamento de precatórios parcelados.

Para o Ministério da Economia, o fato de os gastos do fundo estarem dentro do resultado primário permitirá ao governo manter o controle sobre os gastos públicos, mesmo com eventuais despesas fora do teto. O resultado primário representa o superávit ou o déficit do governo após o pagamento dos juros da dívida pública e deve obedecer a metas estabelecidas todos os anos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Essa foi a segunda nota de esclarecimento emitida pelo Ministério da Economia nos últimos dias. Na terça-feira (10), a pasta esclareceu que a PEC dos Precatórios propõe a votação da regra de ouro (espécie de teto para a dívida pública) junto com a apreciação do projeto do Orçamento do ano seguinte no Congresso.

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Agência Brasil

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