O governo de São Paulo investiga a morte de dois macacos no parque Horto Florestal, na Zona Norte da capital paulista, com suspeita de febre amarela. Os casos
Redação Publicado em 24/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 07h02
O governo de São Paulo investiga a morte de dois macacos no parque Horto Florestal, na Zona Norte da capital paulista, com suspeita de febre amarela. Os casos ocorrem após exames confirmarem que o vírus matou, antes, um terceiro primata.
O G1 esclarece algumas dúvidas sobre a doença:
Com a confirmação de uma morte de macaco por febre amarela e a suspeita de mais duas, os moradores dos bairros ao redor dos parques Horto Florestal e Cantareira, em São Paulo, precisam receber uma dose – caso ainda não tenham tomado. São eles: Tremembé, Casa Verde e Vila Nova Cachoeirinha.
No restante do país, como os casos registrados neste ano estão concentrados fora das regiões urbanas, o Ministério da Saúde recomenda imunizar todas as pessoas que residem em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e aqueles que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata. Veja a lista das localidades com recomendação.
Um ser humano ou um primata (macaco) com o vírus é picado por um mosquito transmissor. O inseto pica e passa o micro-organismo para outra pessoa, que desenvolve a doença. Não é possível a transmissão direta entre pessoas e animais, e vice-versa.
O principal mosquito vetor da febre amarela silvestre no Brasil é o Haemagogus. Na versão urbana da doença, é o Aedes aegypti.
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas.
Do total de infectados, 15% desenvolvem a versão mais grave da doença. Dentre os membros deste grupo, cerca de 20% a 40% das pessoas podem morrer.
Nas áreas com recomendação, em situações de emergência, a vacina pode ser dada a partir dos seis meses de idade. O governo diz, no entanto, que a vacina da febre amarela será incluída no calendário de 2018 para bebês a partir de nove meses, idade em que é administrada em situações normais de transmissão. Depois, as crianças devem receber um segundo reforço aos quatro anos de idade.
A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de dez dias para garantir a imunização após a primeira aplicação.
Pessoas com mais de cinco anos de idade devem se vacinar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda apenas uma dose com garantia de proteção por toda a vida. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os riscos de receber a imunização.
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.
Na semana passada, foi confirmada uma morte por febre amarela silvestre no município de Itatiba (SP). Desde julho deste ano, foi o único caso de morte confirmada em humanos no país.
O fim do surto de febre amarela no país foi declarado pelo Ministério da Saúde em setembro. No entanto, segundo o ministério, foram mantidas as ações de prevenção, como controle de mosquitos, vacinação e vigilância em relação a casos em animais.
O Ministério da Saúde esclarece que a febre amarela ainda é considerada “silvestre” porque os casos registrados até aqui no país, de acordo com o órgão, ainda estão em regiões rurais ou de mata, e são transmitidos pelos mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Por enquanto, não foi detectada a transmissão da doença pelo Aedes aegypti, mais famoso pela transmissão de dengue, zika e chikungunya e por gostar das áreas urbanas.
Uma pessoa infectada em zona rural pode ir para uma cidade. Uma vez picada por um mosquito Aedes aegypti, o inseto pode transmitir a doença para outra pessoa, e assim por diante. Até o momento, nenhum caso assim foi registrado.
Vale ressaltar que o vírus da febre amarela não é transmitido de pessoa para pessoa, apenas pela picada de mosquitos infectados. O Brasil não registra febre amarela urbana desde 1942.
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