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Fase de transição já concentra um quinto de todas as mortes por Covid-19 na Grande São Paulo

Desde o início da pandemia, a Grande São Paulo já confirmou 57.838 mortes por Covid-19. Mas 12.300 delas, 21% do total, foram registradas desde 19 de abril, o

MORTES
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Redação Publicado em 13/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h40


Em 54 dias desde 19 de abril, primeiro dia útil das regras de reabertura desvinculadas dos indicadores do Plano SP, a Região Metropolitana de SP acumulou 12.300 mortes, em um ritmo duas vezes mais rápido que o do início da pandemia.

Desde o início da pandemia, a Grande São Paulo já confirmou 57.838 mortes por Covid-19. Mas 12.300 delas, 21% do total, foram registradas desde 19 de abril, o primeiro dia útil da chamada fase de transição, um período em que as regras de reabertura deixaram de considerar os indicadores de taxa de ocupação de leitos de UTI, casos, internações e mortes.

Se esses indicadores ainda fossem critérios para definir as fases do Plano SP, a Grande São Paulo deveria estar na fase vermelha, a mais restrita e que só permite a abertura de serviços essenciais.

Um quinto das mortes pro Covid-19 na região metropolitana foi registrado só na fase de transição, que começou em 19/04 — Foto: Ana Carolina Moreno/TV Globo

Um quinto das mortes pro Covid-19 na região metropolitana foi registrado só na fase de transição, que começou em 19/04 — Foto: Ana Carolina Moreno/TV Globo

Atualmente, a região está com 79,8% de leitos de UTI Covid ocupados. A última vez em que essa taxa ficou abaixo de 75% foi em 28 de fevereiro. Pelas regras do Plano SP, o indicador de ocupação de leitos é o que tem maior peso na classificação das fases, e estipula que o patamar acima de 75% é compatível com a fase vermelha.

Além disso, a Grande São Paulo tem atualmente média de 1.175 pacientes internados em enfermaria e UTI diariamente, mesmo patamar do início de março, quando o estado todo entrou na fase vermelha.

Ritmo de mortes duas vezes mais rápido

Ela também mantém há quase três meses uma média acima de 150 mortes diárias, com picos acima de 400 no fim de março. Nesta sexta, a média era de 186 novas mortes por dia.

Apesar de mais baixa que no pico do fim de março, a média de mortes segue acima dos momentos mais críticos de 2020. Mesmo assim, o governo estadual voltou a flexibilizar a reabertura em todo o estado a partir de meados de abril.

Nesse período, que completou 54 dias na sexta, os 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo registraram 12.300 mortes.

Para efeito de comparação, no ano passado, durante o início da pandemia, a Grande São Paulo levou 113 dias, o dobro do tempo, para registrar pela primeira vez um total de 12.305 mortes.

Histórico da fase de transição

A fase de transição entrou em vigor após pouco mais de um mês de medidas restritivas para conter o colapso hospitalar em todo o estado. Nela, as decisões estaduais deixaram de ser regionalizadas e de classificar os Departamentos Regionais de Saúde (DRS) segundo os valores registrados pelos indicadores do Plano SP.

Com isso, a maior parte dos serviços foi liberada para reabrir, como lojas, shoppings, academias, salões de beleza, cinemas, bares e restaurantes. As regras, agora, dizem respeito ao período de horas de funcionamento dos estabelecimentos e à capacidade máxima de pessoas, mas não existe um critério numérico que determine as medidas.

O governo estadual chegou a divulgar um cronograma de flexibilização para o mês de junho que permitiria, a partir de 1º de junho, a abertura dos serviços até as 22h com lotação de até 60% da capacidade máxima. No entanto, o governador João Doria voltou atrás e já adiou duas vezes a medida. Na última quarta (9), Doria afirmou que as regras atuais, com funcionamento até as 21h e lotação máxima de até 40% da capacidade, seguirão vigentes até o dia 30.

O secretário-executivo do Centro de Contingência da Covid, João Gabbardo, afirmou que “o Centro de Contingência vê com preocupação o momento que nós estamos enfrentando da pandemia, com manutenção de casos, uma elevação, ainda que em uma velocidade pequena, no número de internações em leitos hospitalares, internações e leitos de UTI e, por isso, recomendou a manutenção dessa fase de transição por mais 2 semanas”.

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Fontes: G1 – Globo.

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