O número de empreendimentos imobiliários residenciais licenciados nos eixos de estrutura urbana da cidade de São Paulo cresceu quase sete vezes nos últimos
Redação Publicado em 27/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h33
O número de empreendimentos imobiliários residenciais licenciados nos eixos de estrutura urbana da cidade de São Paulo cresceu quase sete vezes nos últimos cinco anos.
Em 2014, eram 36 empreendimentos do tipo. Em 2019, o número saltou para 230, segundo dados da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento divulgados nesta terça-feira (29).
Os eixos de estruturação da transformação urbana são definidos a partir do sistema de transporte público coletivo de média e alta capacidade, como trens, metrô e corredores de ônibus. São aqueles que têm capacidade de adensamento construtivo para habitação ou serviços e atividades econômicas para o aproveitamento do uso e ocupação do solo, facilitando a mobilidade das pessoas.
As Avenidas Ibiúna (Penha), Vergueiro (Vila Mariana), Lins de Vasconcelos (Vila Mariana), Catende (Artur Alvim) e Radial Leste (da altura da estação Carrão até a Bresser) concentram as construções dos novos empreendimentos.
Apesar do diagnóstico do Plano Diretor apontar que houve um grande adensamento construtivo em algumas áreas da cidade, ainda não é possível medir a concentração populacional.
“O crescimento é bom e era esperado, mas há alguns problemas, como o crescimento no Centro expandido, porque os eixos começam no Centro e vão até a periferia. É obvio que o mercado imobiliário vai produzir onde há mais procura. A segunda questão é que houve flexibilização nas regras do eixo, entre 2016 e 2019, com a aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo que permitiu a construção de apartamentos com área maior e maior número de garagens”, disse o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, ex-vereador de São Paulo e relator do atual Plano Diretor.
Nabil avalia que o crescimento de empreendimentos nos eixos estruturais foi a parte do Plano Diretor que mais evoluiu, mas aponta problemas na ocupação definidas na Lei de Uso e Ocupação do Solo, que avalia as quadras.
“Outro problema é que a Lei de Uso e Ocupação do Solo não fez uma análise mais detalhada do território para identificar determinadas áreas que, embora estivessem no eixo, mereciam ou deveriam ser preservadas de uma excessiva verticalização, como a Chácara das Jaboticabeiras, um conjunto de pequenas vilas em Pinheiros”, lamenta ele.
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G1
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