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Deputados votam se Reino Unido deve sair da UE

G1

Deputados votam se Reino Unido deve sair da UE
Deputados votam se Reino Unido deve sair da UE

Redação Publicado em 13/03/2019, às 00h00 - Atualizado às 09h34


Novo acordo com Bruxelas foi rejeitado pelo Parlamento na terça-feira. Caso a proposta de sair sem acordo avance, não haveria um período de transição de 21 meses e resultaria em riscos para o comércio, imigração, saúde, entre outras áreas.

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Um dia depois de rejeitar o novo acordo proposto pela primeira-ministra Theresa May para o Brexit, o Parlamento britânico votará nesta quarta-feira (13) se Reino Unido deve sair da União Europeia em 29 de março com ou sem acordo.

Caso a proposta de sair sem acordo avance, alternativa considerada improvável por analistas, não haveria um período de transição de 21 meses e resultaria em riscos para o comércio, imigração, saúde, entre outras áreas.

Líderes empresariais afirmam que a falta de um acordo causaria caos em mercados e cadeias de fornecimento e que críticos chegam a afirmar que resultaria em escassez de alimentos e remédios.

O partido de May, o Conservador, decidiu liberar os votos de seus membros para a votação sobre uma saída do bloco sem acordo.

Porém, se os deputados rejeitarem um Brexit sem acordo, haverá uma votação na quinta-feira (14) sobre a extensão do Artigo 50, o que adiaria a saída do bloco, marcada para 29 de março.

Caso os deputados britânicos aprovem a extensão do prazo para sair oficialmente do bloco, a União Europeia precisa resolver se aceita ou não dar mais tempo para o Reino Unido resolver seus impasses.

‘Acordo aprimorado’

Antes da votação de terça-feira, a primeira-ministra alertou que, se os parlamentares não apoiassem seu “acordo aprimorado”, arriscariam não chegar a “Brexit algum”.

Em 15 janeiro, a primeira versão do documento negociado entre May e Bruxelas foi rejeitado, por 432 votos contra e 202 a favor, impondo a maior derrota do governo na história moderna – o recorde anterior era de 1924, com diferença de 166 votos.

Desde então, apesar da resistência do bloco europeu, May conseguiu com que a União Europeia aceitasse sinalizar uma abertura para negociar a questão da fronteira das Irlandas, principal entrave na aprovação do acordo em janeiro.

Poucas horas antes da votação de terça, May e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciaram as novidades sobre o “backstop” ou “salvaguarda irlandesa”, como ficou conhecida a proposta para essa delicada fronteira.

Esse mecanismo busca evitar o retorno de uma fronteira física entre a Irlanda (integrante da UE) e a província britânica da Irlanda do Norte (integrante do Reino Unido), para proteger o frágil Acordo de Paz de 1998.
Juncker também deu garantias à May de que a União Europeia se compromete a buscar novas alternativas para o backstop até 2020. Mas ele deixou claro que esta é a última vez que ele negocia o acordo com os britânicos.

Para o procurador-geral britânico, Geoffrey Cox, o “risco jurídico” de que o Reino Unido permaneça bloqueado em uma união alfandegária com a UE permanece “sem alterações” apesar do novidade apresentada por May e Juncker.

Porém, a nova proposta não foi suficiente para conseguir a aprovação dos deputados na terça-feira. Foram 391 contra e 242 votos a favor.

Situação de May

Essa segunda derrota enfraquece ainda mais a liderança de May dentro de seu partido e amplifica os pedidos de saída dela do cargo, segundo a BBC.

Em dezembro passado, ela foi submetida a um voto de desconfiança de seus correligionários, mas sobreviveu por 200 votos a 117 ao prometer renunciar à liderança do partido antes das próximas eleições gerais.

Para o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, a primeira-ministra deveria convocar eleições gerais e um novo referendo sobre o Brexit. O Partido Trabalhista votou em peso contra o acordo nesta terça-feira: 238 a 3.

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