O verdadeiro agressor, de 40 anos, chegou a ser preso no dia 20 de setembro, mas foi solto um dia depois após pagar R$ 7 mil de fiança. Com ameaças constantes e dificuldade para conseguir trabalhar, Rodnei Manoel Mendes, de 36 anos, mandou adesivar na última sexta-feira (30) o carro que usa para trabalhar com os dizeres: “Por favor, não me confunda. Eu não sou o agressor”.
“Eles são, de fato, muito parecidos fisicamente e trabalhavam ambos em Tubarão. Têm a mesma profissão, vendem ovos na rua, e o homem que foi preso também tinha o mesmo veículo, uma Fiorino. Mas nós temos informações de que o investigado está morando em outro estado. Eles não são a mesma pessoa”, disse a delegada da Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Tubarão, Vivian Garcia Selig, que acompanhou o caso.
Há três semanas, Rodnei Manoel Mendes procurou a Polícia Civil para denunciar situação e pedir ajuda para não ser mais confundido. Segundo ele, os próprios clientes começaram a acusá-lo. Ele diz já ter sido ameaçado com um pedaço de telha e pau, mas não chegou a ser agredido.
“Por onde eu passava, as pessoas começavam a apontar para mim, me xingar. Eu tentava me defender, mostrar meus documentos para verem que eu não era o homem que bateu na criança. Alguns até me defendiam, mas a grande maioria começou a me boicotar”, diz Rodnei.
O vendedor conta que a confusão afeta a vida de toda a família, não apenas na questão financeira, mas emocionalmente. Ele é casado e tem dois filhos. O vendedor busca divulgar para o maior número de pessoas o engano. “Só quero poder trabalhar e ter uma vida normal, não cometi nenhum crime”, fala.
Polícia ainda investiga agressão
Já o caso do verdadeiro suspeito continua sendo investigando pela polícia. Conforme a delegada Vivian, o inquérito da agressão foi encaminhado para a Polícia Civil de Imbituba. As filmagens ocorreram há cerca de sete meses na cidade de Imbituba, onde a família morava na época.
Uma irmã do menino, de 2 anos, aparece nas imagens assistindo às agressões. Parentes e amigos da família devem ser ouvidos para averiguar se o homem agredia mais menores.
“A mãe relatou que ela mesma gravou o vídeo e só não o divulgou antes por medo, pois era vítima de violência. A madeira usada para bater no garotinho era parte de uma caixa de fruta”, relatou a delegada.