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Baixa histórica em nível de rio atrasa comércio exterior do Paraguai

As embarcações que transportam grãos e outros produtos pelo Rio Paraguai na altura de Assunção estão utilizando metade de sua capacidade de carga devido ao

Baixa histórica em nível de rio atrasa comércio exterior do Paraguai
Baixa histórica em nível de rio atrasa comércio exterior do Paraguai

Redação Publicado em 27/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h44


A seca reduziu drasticamente o nível do rio que nasce no Brasil

As embarcações que transportam grãos e outros produtos pelo Rio Paraguai na altura de Assunção estão utilizando metade de sua capacidade de carga devido ao baixo nível do rio, em meio a uma seca histórica que afeta o comércio fluvial em toda a região, afirmaram representantes do setor.Baixa histórica em nível de rio atrasa comércio exterior do ParaguaiBaixa histórica em nível de rio atrasa comércio exterior do Paraguai

A seca reduziu drasticamente o nível do rio que nasce no Brasil, cruza o Paraguai e deságua no Rio Paraná, no norte da Argentina.

Especialistas estimam que o fenômeno, iniciado há três anos, deve se prolongar pelo menos até 2022 no Paraguai, quarto maior exportador de soja do mundo. O problema também ocorre no escoamento de grãos da Argentina.

“A situação é crítica e delicada. Há uma grande proporção das embarcações que não está sendo utilizada, o que se traduz em um custo direto na hora de levar produtos ao Rio da Prata”, disse à Reuters o presidente da câmara paraguaia de exportadores de cereais e oleaginosas, César Jure.

“No final do ano ainda teríamos um estoque de mercadorias para exportar, tanto para a indústria quanto para a soja em grãos. A nova safra terá que esperar em silos até que possamos liberar a antiga”, acrescentou ele.

O diretor do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai, Juan Carlos Muñoz, disse que a seca fez com que o tempo de viagem ao Rio da Prata triplicasse.

“Todo o comércio está atrasado, tudo está atrasado. É um ano complicadíssimo, já que 96% do comércio exterior do Paraguai é feito pelo rio e isso implica um impacto muito grande na economia nacional”, afirmou.

O plantio de soja, que começa no mês que vem, poderá ser afetado pela falta de fertilizantes, disse Muñoz. Jure, por sua vez, afirmou que a situação obrigou o setor a buscar alternativas de transporte terrestre a portos do Brasil para que os contratos fossem cumpridos.

O Paraguai, que produz aproximadamente 10 milhões de toneladas de soja por ano, possui uma frota de cerca de 3 mil embarcações que transportam a safra local e parte do que é produzido nas regiões de fronteira com Brasil e Bolívia por meio da hidrovia Paraguai-Paraná, até os portos do Rio da Prata.

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REUTERS

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