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Análise: seleção brasileira tem Neymar como referência. É bem diferente de dependência

Neymar participou das jogadas dos quatro gols da seleção brasileira na goleada por 4 a 0 sobre o Peru, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América.

SELEÇÃO BRASILEIRA
SELEÇÃO BRASILEIRA

Redação Publicado em 18/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h10


Camisa 10 participou das jogadas de todos os gols do Brasil nos últimos quatro jogos

Neymar participou das jogadas dos quatro gols da seleção brasileira na goleada por 4 a 0 sobre o Peru, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América. Já tinha se envolvido nos três na estreia, diante da Venezuela, e nos dois contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias. Nas últimas quatro partidas, fez quatro gols e deu quatro assistências.

No novo esquema montado por Tite, Neymar é cada vez mais referência – o que é bem diferente de dizer que haja uma dependência.Tal discussão já deveria, inclusive, ter sido superada, mas volta à tona sempre que o camisa 10 engata uma boa fase com a amarelinha.

Por “dependência” entenda-se aquele jogo de estratégia única: toca no Neymar que ele resolve. Ou aquela certeza de que a vitória só é possível em dia de atuação inspirada do craque. Mais ou menos o que nossos vizinhos vivem com Messi.

Da Copa da Rússia até o mês passado, Neymar ficou fora de metade dos jogos da Seleção devido a diferentes lesões e, mesmo assim, o Brasil faturou a Copa América e viu seu aproveitamento de quase 80% com Tite seguir intacto.

Não faria sentido contar com um dos melhores jogadores do mundo e não tê-lo como peça principal da engrenagem. A Seleção não joga em função de Neymar, mas cria condições para que o talento dele seja potencializado, escalando-o mais centralizado, ora meia, ora atacante, e sem tanta responsabilidade defensiva.

Neymar participou das jogadas dos quatro gols do Brasil contra o Peru — Foto: André Durão

Neymar participou das jogadas dos quatro gols do Brasil contra o Peru — Foto: André Durão

Diante do Peru, no entanto, o jogo do camisa 10 e de toda a equipe demorou a encaixar, mesmo com a vantagem no placar desde os 11 minutos.

O gol, aliás, parece ter feito “mal” para a Seleção, que passou a esperar o adversário em seu campo, fazendo pouca pressão na saída de bola. Isso não seria um problema tão grande se o Brasil conseguisse fazer uma transição rápida da defesa para o ataque, o que também não ocorreu – em parte porque o gramado do Nilton Santos estava em más condições.

Assim, Neymar ficava impaciente e recuava algumas vezes até o círculo central para participar do jogo, distanciando-se da área adversária, onde é mais perigoso.

Outro que acabou se prejudicando foi Gabigol, que voltou a ganhar chance como titular e deu menos toques na bola do que o goleiro Ederson. Com apenas cinco passes e nenhuma finalização, o atacante do Flamengo foi substituído no intervalo.

Após um primeiro tempo pouco empolgante, Tite retornou para a etapa final com Gabriel Jesus por dentro, mais próximo de Neymar, e Everton Ribeiro construindo da direita para o centro. Richarlison também deu mais poder de fogo, entrando na vaga de Everton Cebolinha.

A Seleção, então, cresceu de rendimento e novamente mostrou ser letal quando tem espaços. Everton Ribeiro deu liberdade para Neymar circular mais, sendo arco e flecha, como Tite gosta de dizer.

Mais cansado e precisando se expor, o Peru voltou a ser goleado pelo Brasil, como já havia acontecido na Copa América de 2019 (daquela vez o placar na fase de grupos foi 5 a 0).

Brasil x Peru - Copa América 2021 — Foto: André Durão

Brasil x Peru – Copa América 2021 — Foto: André Durão

Com a classificação para as quartas de final já encaminhada, Tite poderá seguir fazendo observações. Nesta quinta, foram seis mudanças em relação à estreia. Fabinho, que entrou na vaga de Casemiro e fez seu primeiro jogo oficial como titular com a amarelinha, talvez tenha sido quem melhor aproveitou a chance.

Outro destaque individual que merece ser mencionado é Gabriel Jesus. Atuando bem aberto pelo lado direito, é provável que o atacante perca posições no ranking de artilheiros da Seleção. Já são dez jogos do Brasil sem ele balançar as redes, mas o jogador do Manchester City tem se mostrado extremamente útil, tanto na criação como na recomposição defensiva – foi dele o passe para o primeiro gol (em lance que havia cinco jogadores brasileiros dentro da área) e também a arrancada que originou o segundo.

Agora, a Seleção terá quase uma semana para treinar, algo raro e celebrado por Tite, que deve fazer novas mudanças para enfrentar a Colômbia, quarta-feira, mais uma vez no Nilton Santos.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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