Erradicada

Elefantíase deixa de ser problema de saúde pública no Brasil; entenda

Não há mais endemias da doença em nenhuma região do país

Não há mais endemias da doença em nenhuma região do país - Imagem: Reprodução / Pixabay

Gabriela Thier Publicado em 01/10/2024, às 16h38

O Brasil alcançou uma significativa vitória na saúde pública ao eliminar a filariose linfática, também conhecida como elefantíase, de seu território. A doença, que é uma das principais causas de incapacidade permanente ou de longo prazo no mundo, estava endêmica na região metropolitana do Recife, abrangendo as cidades de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. O último caso registrado ocorreu em 2017, conforme informações do Ministério da Saúde.

A filariose linfática é causada pelo verme nematoide Wuchereria bancrofti e transmitida pela picada do mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente no Brasil como pernilongo ou muriçoca. A infecção pode provocar edemas severos e acúmulo anormal de líquidos nos membros, seios e bolsa escrotal, levando à incapacidade dos pacientes.

Em comunicado oficial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) congratulou o Brasil pela erradicação da doença como problema de saúde pública. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da entidade, destacou o feito como um marco significativo que demonstra um compromisso firme com a saúde global. "Parabenizo o Brasil por seus esforços para libertar sua população do fardo de uma doença dolorosa e estigmatizante", declarou Tedros. Ele enfatizou que essa conquista oferece esperança a outros países ainda em luta contra a filariose linfática.

Globalmente, o Brasil agora integra um grupo de 20 países que obtiveram a certificação da OMS pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública. Entre esses países estão Malawi, Togo, Egito, Iêmen e Bangladesh, entre outros. Nas Américas, República Dominicana, Guiana e Haiti ainda enfrentam a endemia da doença e necessitam de intervenções massivas com medicamentos para interromper sua transmissão.

A OMS informou que o Brasil também é o 53º país a eliminar pelo menos uma doença tropical negligenciada. Dados recentes indicam que em 2023 cerca de 657 milhões de pessoas em 39 países ainda vivem em áreas onde é recomendada a administração em massa de quimioterapia preventiva para combater a filariose linfática. A meta global estabelecida pela OMS é eliminar pelo menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030.

Esse avanço coloca o Brasil em posição destacada na luta contra doenças tropicais negligenciadas e reforça a importância da continuidade dos esforços globais para alcançar um mundo livre dessas enfermidades debilitantes.

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