Especialista explica como enchentes criam traumas e como comunidades podem se fortalecer
Sabrina Oliveira Publicado em 20/05/2024, às 11h40
As recentes enchentes no Rio Grande do Sul não apenas destruíram propriedades e tiraram vidas, mas também deixaram cicatrizes profundas na saúde mental das vítimas. Quando a água subiu e engoliu casas, levou consigo memórias afetivas e os resultados de anos de trabalho. Milhares de pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas, sem perspectiva clara de recomeço.
Segundo Christian Haag Kristensen, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse da PUC-RS, o impacto emocional dessas enchentes é devastador. “Para algumas pessoas, é muito mais do que algo material, é como se fosse a representação da sua vida. É como se minhas memórias, as lembranças dos meus filhos, tudo tivesse sido levado embora”, explica Kristensen, em entrevista ao DW.
O trauma decorrente de desastres naturais como este provoca sentimentos de ansiedade, impotência e angústia. O grupo de Kristensen capacita voluntários para prestar primeiros socorros psicológicos às vítimas em abrigos na região de Porto Alegre. Estes esforços são essenciais para ajudar a comunidade a lidar com o trauma coletivo.
A catástrofe afetou todos os gaúchos de diferentes formas, gerando uma necessidade urgente de estratégias de fortalecimento comunitário e apoio psicológico. Kristensen destaca a importância de oferecer suporte emocional e de criar redes de apoio para ajudar as vítimas a enfrentarem essa difícil realidade.
Em resposta à crise, o Ministério da Saúde está elaborando um plano de atendimento de saúde mental com três eixos principais: a população, os trabalhadores que estão na linha de frente da tragédia, e os gestores estaduais e municipais. O plano, que será divulgado nos próximos dias, visa estabelecer uma rede de atendimento continuada e incluirá diretrizes específicas para crianças, idosos e pessoas em vulnerabilidade social. Além disso, a telessaúde será utilizada para ampliar o alcance dos atendimentos.
No último sábado (11), mais psicólogos chegaram a Porto Alegre para reforçar o atendimento. Estes profissionais, enviados pela Força Aérea Brasileira, se somam às equipes volantes que já prestam atendimento psicossocial em unidades médicas e abrigos.
Fausto Soriano Estrela Neto, coordenador da Força Nacional do SUS, ressalta que o atendimento de saúde mental é uma prioridade. A estratégia inclui diagnósticos das áreas mais afetadas, envio de duplas de profissionais para as regionais de saúde, e a qualificação das equipes locais para oferecer acolhimento e estabilização emocional.
Além disso, materiais informativos sobre saúde mental estão sendo divulgados, e cinco psicólogas especializadas em desastres estão atuando para articular as ações no estado. “Vamos garantir as especificidades do atendimento psicossocial durante a crise causada pelas chuvas”, afirma Fausto.
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