O Judaísmo ensina que o caminho para o carisma genuíno é Beanava
Rav Sany Sonnenreich Publicado em 14/11/2022, às 11h00 - Atualizado às 12h41
Uma estrela de cinema entra na festa arrogante e de cabeça erguida. Sua postura grita: "Eu sou ótimo e todos nós sabemos disso". A sala está em silêncio com admiração.
Carisma!
O judaísmo chama isso de carisma falsificado.
A estrela de cinema é totalmente dependente de fatores externos sobre os quais não tem controle. Sem os fãs adoráveis, ele não tem nada.
O Judaísmo ensina que o caminho para o carisma genuíno é Beanava (“com humildade”).
Mas será que a humildade realmente gera carisma?
Não costumamos imaginar a pessoa humilde como mansa, curvada e quase imperceptível?
Vamos definir nossos termos. A humildade não é um complexo de inferioridade ou falta de auto-estima. Humildade significa "viver com a realidade de que nada importa, exceto fazer a coisa certa". A pessoa humilde é totalmente dedicada à busca da verdade. E como sua autoestima não depende da aprovação dos outros, ele pode escolher a coisa certa mesmo quando não é popular ou politicamente correto.
Uma pessoa arrogante, por outro lado, está principalmente preocupada com seu próprio ego, seu próprio orgulho, seu próprio dinheiro. Então, mesmo que ele pareça amigável e charmoso, ele está realmente manipulando as coisas para atender às suas necessidades egoístas.
• "Arrogância" = eu sou tudo o que conta.
• "Humildade" = O que é maior do que eu conta.
Apesar de seu exterior suave, a pessoa arrogante é, ironicamente, contida e inibida de expressar seu verdadeiro eu. Como ele pode "ser ele mesmo" quando está constantemente preocupado com sua aparência aos olhos dos outros?
Humildade é liberdade. Quando você se preocupa apenas com a verdade e vive de acordo com ela, fica livre para se expressar da maneira mais genuína e desinibida. Sua beleza natural brilha. Isso é carisma de verdade!
A Torá nos diz que a pessoa mais humilde de todos os tempos, Moisés, foi não por coincidência, também a mais carismática. Como o maior educador e professor de Torá da história, Moisés tinha uma confiança tranquila na justiça de sua causa. Ele não podia ser abalado por rebeldes ou reclamações. E foi isso que lhe rendeu o maior respeito.
Com tal autoconfiança genuína, a pessoa humilde transcendeu a mesquinhez mundana deste mundo. Ele não tem que responder a todos os insultos. Ele pode superar os argumentos.
Ele conhece seu lugar e ajuda os outros a encontrar seu lugar também. Ele faz com que todos se sintam importantes. Porque para a pessoa humilde, se os outros se sobressaem, não há inveja ou risco de crise de ego.
Como a humildade se baseia na busca da verdade, ela alimenta a necessidade humana básica de significado.
Vemos que as pessoas estão em busca de sentido na vida. Quase todo mundo quer ajudar os necessitados, os pobres, os famintos e os sem-teto. E muitas pessoas escolhem carreiras de "ajuda" como assistência médica e serviço social. O dinheiro por si só não é prazer suficiente para acompanhar uma pessoa por toda a vida.
Infelizmente, muitas vezes somos desviados pelas questões mundanas da vida cotidiana. Em meio a todos os recados, whatsapps reuniões e e-mails, perdemos clareza sobre o que é realmente significativo.
Uma maneira de se concentrar é perguntar a si mesmo: "Para que estou vivendo? Estou comendo para viver ou vivendo para comer? Trabalho para viver ou vivo para trabalhar?"
Todos os dias você tem que refazer essas perguntas. Isso ajudará a manter seu trabalho, relacionamentos e objetivos gerais em evidência.
Então, para que você está vivendo?
Pesquise.
Veja se o seu "objetivo de vida" é realmente significativo ou apenas uma noção abstrata.
Se você ouvir uma voz dizer: "Não há um propósito objetivo real na vida", verifique se isso é verdade antes de admitir. Não desista tão rápido. Não caia na armadilha junto com os cínicos. O significado é vital demais para ser ignorado. Assim como comida e água, sua saúde depende disso.
Fazer a coisa certa é muitas vezes difícil, porque nem sempre percebemos isso como uma grande fonte de prazer.
Se você pensar bem, verá que não há prazer maior.
Experimente!