O ministro deixa o cargo nesta semana, após anunciar sua aposentadoria
Mateus Omena Publicado em 11/04/2023, às 11h55
O ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta nesta terça-feira (11) do Supremo Tribunal Federal, deixará ao sucessor processos de interesse do presidente Lula (PT).
A lista de casos envolve temas que influenciam negociações políticas, além de ações que podem atingir adversários da política, como o senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato.
Estima-se que o caso que mais chame a atenção do Palácio do Planalto seja a “Lei das Estatais”. A Corte discute a quarentena de três anos para dirigentes partidários e pessoas que atuaram em campanhas eleitorais assumirem cargos na direção das estatais. Lewandowski votou para derrubar a exigência, abrindo portas para indicações políticas.
Um dos interessados no tema é o ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, indicado pelo presidente Lula (PT) para chefiar o Banco do Nordeste.
No entanto, o caso foi suspenso por um pedido de vista de Dias Toffoli e deve ser retomado depois que o STF passar por uma nova composição, pois o ministro é obrigado a devolver o caso a julgamento em até 90 dias. O sucessor de Lewandowski não participará do julgamento, mas ficará responsável por avaliar os recursos relacionados ao caso.
Por outro lado, a discussão sobre as "sobras eleitorais" envolve os laços entre o Planalto e a Câmara dos Deputados.
O resultado do julgamento pode provocar a perda do mandato de 7 deputados. Eles seriam substituídos por sete candidatos que tiveram mais votos em seus respectivos estados, mas não foram eleitos porque seus partidos não atingiram o quociente eleitoral.