Manifestantes realizaram neste sábado (3) um novo protesto contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) na Avenida Paulista, região central da cidade de São
Redação Publicado em 04/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h24
Manifestantes realizaram neste sábado (3) um novo protesto contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) na Avenida Paulista, região central da cidade de São Paulo. Por volta das 19h, um grupo de vândalos invadiu uma agência bancária e ateou fogo no local e depredou uma loja de carros e pontos de ônibus.
Este ato nacional havia sido convocado para o dia 23 de julho, mas o desgaste do presidente, provocado por denúncias de corrupção e propina na compra de vacinas, antecipou a mobilização. Os outros dois atos aconteceram nos dias 29 de maio e 19 de junho.
Na capital paulista, a concentração começou por volta das 15 horas deste sábado, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Meia hora depois já ocupava o trecho da Rua Augusta até a Alameda Campinas. Às 16h30 o bloqueio começava na Avenida Dr Arnaldo.
Houve aglomerações durante o protesto, mas a grande maioria dos manifestantes usava máscaras contra o coronavírus.
A SPTrans informou que 20 linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados por conta da manifestação, entre elas as que atendem Pirituba, Vila Mariana, Brasilândia, o Centro, Sacomã, Vila Romana, Ipiranga, Perdizes, o Aeroporto de Congonhas, Santo Amaro, Grajaú, Campo Limpo, Parque Continental e Barra Funda.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) montou um esquema especial para garantir a segurança na manifestação, como reforço de 600 policiais no patrulhamento, mais 80 viaturas e cinco drones.
Além de pedir o impeachment do presidente, os manifestantes reivindicaram mais vacinas e auxílio emergencial, relembraram as mais de 500 mil vítimas da Covid-19 no país, a suspeita de envolvimento do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na exportação ilegal de madeira, e se posicionaram contra o voto impresso, defendido por Bolsonaro.
Eles levaram cartazes com dizeres como “Não era negacionismo, era corrupção #ForaBolsonaro”, “500 mil mortos, sem vacinas, corrupção, fome, desemprego” e “Amazônia em pé, abaixo Bolsonaro”.
Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o presidente do Congresso, Arthur Lira (PP), foram representados por bonecos de papelão, caracterizados como presidiários.
Os manifestantes também estenderam grandes faixas com as cores vermelha e também verde e amarelo, sendo uma de 10m x 2m com os dizeres “Fora Bolsonaro, essa bandeira é nossa”, e carros de som se posicionaram ao longo da Paulista, sendo o principal em frente ao Masp.
Um bloco feminista, organizado pelas covereadoras da Bancada Feminista do PSOL, mandato coletivo na Câmara Municipal, criticou ainda as “falas machistas e misóginas e a condução desastrosa da pandemia que fez com que aumentassem os índices de feminicídio, violência doméstica e desemprego entre mulheres”.
A “Campanha Fora Bolsonaro” é uma inciativa da Frente Povo Sem Medo, da Frente Brasil Popular, de todos os partidos de esquerda, das centrais sindicais, do movimento negro, de entidades de estudantes, movimentos sem-teto, ONGs e outros movimentos populares, todos eles signatários do ‘superpedido’ de impeachment.
Na sexta-feira (2), o PSDB confirmou à reportagem que também fortaleceria a manifestação, com a presença de 2 mil filiados. No ato também compareceram representantes do PT, PDT, PcdoB, PSTU, PSOL, PCB e PCO.
No carro de som principal, Guilherme Boulos (PSOL), coordenador da Frente Povo Sem Medo, discursou, fazendo duras críticas ao presidente.
“Não faz muito tempo, os bolsonaristas ocuparam essa avenida dizendo que era para acabar com a corrupção. Agora essa turma está roubando dinheiro em contrato de vacina durante uma pandemia. Como é que fica? O Bolsonaro chamou nossos manifestantes de vagabundos. Vagabundo é quem rouba dinheiro de vacina e faz rachadinha com dinheiro de gabinete, como o filho dele”, disse Boulos.
Também pediram a palavra a presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann, e o ex-prefeito Fernando Haddad, que se dirigiu a Jair Bolsonaro e a Arthur Lira em um discurso inflamado.
“O povo resolveu se reencontrar com seu destino, e está na rua para tomar esse país de volta das suas mãos. Você é um assassino, desgraçado, que matou 500 mil brasileiros desnecessariamente. Atrasou a compra da vacina, comprou remédio ineficaz e vai pagar por esses crimes. Seu Artur Lira, você não está na presidência Câmara para fingir que nada acontece na rua”, disse Haddad.
O deputado federal Orlando Silva (PC do B) também compareceu ao ato e pediu a saída de Bolsonaro do cargo.
“Não podemos esperar 2022 para tirar o Bolsonaro do poder. O Brasil não aguenta mais. E nessa luta pelo ‘fora Bolsonaro’ tem que caber todo mundo que é contra esse presidente. Porque o que a CPI mostra é que, além de genocida, ele é ladrão”, disse ele.
Os protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e em defesa da vacinação contra Covid-19 ocorreram em todo o Brasil neste sábado. Na Grande São Paulo, além da manifestação na Avenida Paulista, houve registro de ato em Carapicuíba e outro em Osasco.
Manifestantes realizaram o terceiro ato contra o presidente Bolsonaro na Avenida Paulista neste sábado (3) — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1
No interior do estado, manifestantes realizaram protestos em São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, nas regiões de Sorocaba e Jundiaí, em São Carlos e Araraquara, em Araçatuba e em Jales, em Franca e Ribeirão Preto, em Campinas e em Piracicaba, em Bauru e no Alto Tietê.
Todas as manifestações foram pacíficas e a maior parte dos manifestantes usou máscara e manteve o distanciamento social devido à pandemia.
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Fontes: G1 – Globo.