O cientista político faleceu aos 92 anos
Manoela Cardozo Publicado em 19/04/2023, às 21h00
Boris Fausto, um dos mais renomados historiadores do Brasil, morreu na última terça-feira (18) em São Paulo, aos 92 anos.
Segundo informações do G1, o velório acontecerá na Funeral Home, localizada na região da Avenida Paulista, a partir das 8h desta quarta-feira (19).
Sua obra inaugural, 'A Revolução de 1930 - historiografia e história', apresentou uma nova interpretação sobre as classes sociais e as forças armadas no Brasil.
Publicado pela primeira vez em 1969, esse livro é considerado uma referência na área de ciências sociais do país.
Por causa da época conturbada da ditadura militar, um editor considerou arriscado publicar a obra pouco após a implantação do AI-5.
Então, o próprio Boris relatou em um documentário lançado em 2018 que o editor afirmou: "Olha, do jeito que está o clima, não posso me arriscar a publicar esse livro".
Além de seus importantes trabalhos acadêmicos, Boris Fausto também se destacou como escritor de grandes sucessos literários, como 'O Brilho do Bronze' e 'O Crime do Restaurante Chinês'.
Seu olhar atento e crítico em relação aos acontecimentos recentes do Brasil reforça sua importância como intelectual e cidadão.
Em uma entrevista no documentário 'Boris Fausto', o historiador afirmou acreditar que o Brasil tem jeito: "A mudança depende da difícil tarefa de mobilizar diversos segmentos da sociedade brasileira, incluindo políticos, elites, povo, direita e esquerda radical".
Suas palavras inspiram a busca por uma sociedade mais justa e igualitária, mesmo depois de sua partida.