BOLÍVIA

Evo Morales, ex-presidente boliviano, é acusado por estupro de adolescente

Crime resultou no nascimento de outra menina, cujo pai, conforme registrado na certidão de nascimento, é Evo Morales Ayma

Evo Morales, ex-presidente boliviano, é acusado por estupro de adolescente - Imagem: Reprodução / Instagram / @evomoralesayma

William Oliveira Publicado em 04/10/2024, às 09h56

O ex-presidente boliviano Evo Morales está sob investigação em um caso envolvendo a alegação de estupro de uma menor ocorrido há oito anos. A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça da Bolívia, César Siles, durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3), conforme noticiado pela Agência France-Presse (AFP). 

O ministro expressou indignação ao se referir aos "crimes graves que pretendem ficar na impunidade", mencionando especificamente o caso de uma menina que teria sido abusada sexualmente aos 15 ou 16 anos. De acordo com Siles, este episódio resultou no nascimento de outra menina, cujo pai, conforme registrado na certidão de nascimento, é Evo Morales Ayma. 

"[A adolescente] deu à luz outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma", afirmou Siles.

O escândalo envolvendo Morales ganhou notoriedade após a promotora Sandra Gutiérrez afirmar ter sido destituída por exigir a prisão do ex-presidente em uma investigação que também apura "tráfico de pessoas" relacionado a uma menor. Documentos judiciais vazados sugerem que Morales teria mantido um relacionamento com uma adolescente de 15 anos em 2016, do qual nasceu uma filha.

Em resposta às acusações, o ex-presidente boliviano usou suas redes sociais para declarar que não se sente intimidado. 

"Não me causa estranhamento, nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!", escreveu Morales.

Recentemente, uma decisão judicial anulou a ordem de prisão contra Morales, após seus advogados recorrerem à medida. A promotora Gutiérrez alegou ter sido afastada por ordem do procurador-geral Juan Lanchipa.

Evo Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e desempenhou papel crucial na eleição de seu sucessor, Luis Arce. No entanto, os dois romperam relações e disputam atualmente a liderança do Movimento ao Socialismo (MAS) e a candidatura presidencial para as eleições de 2025.

Até o momento, nenhuma declaração oficial foi feita sobre o prosseguimento das investigações contra Morales após a anulação do mandado de prisão. A investigação sobre o caso permanece em andamento.

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