Obra sofreu atrasos após desmoronamento em fevereiro
Fernanda Viana Publicado em 21/07/2022, às 14h47
Foi confirmada nesta quinta-feira (21) a retomada da operação do "tatuzão" na Linha 6 - Laranja do Metrô. O equipamento estava encoberto na obra da Estação Santa Marina após acidente que abriu uma cratera na Marginal Tietê em 1º de fevereiro deste ano.
A informação foi revelada pelo governador do estado, Rodrigo Garcia, que prevê o início da escavação do túnel da Linha 6 no sentido Centro para agosto, e no sentido Zona Norte para novembro.
O governador paulista afirmou que, apesar do acidente de fevereiro, a estação Santa Marina é a que tem as obras mais adiantadas na Linha 6, com cerca de 40% do projeto já concluído.
“Apesar do incidente que tivemos no início do ano, a obra não parou, outras frentes foram fortalecidas para que mantivéssemos a obra nesse cronograma e a nossa expectativa é que ao final de 2025 a Linha das Universidades já possa estar servindo mais de 600 mil passageiros todos os dias”, completou o governador.
O 'tatuzão' usado nas escavações do túnel da Linha 6-Laranja era operado por mais de 40 pessoas - e possui até um refeitório - quando foi inundado por esgoto que vazou de um enorme interceptor da Sabesp, localizado na Marginal Tietê.
Segundo José Galli, o então secretário dos Transportes Metropolitanos de SP na época do acidente, o provavelmente o solo não suportou o peso da galeria de esgoto, que passava 3 metros acima da máquina conhecida como ‘tatuzão’ e acabou se rompendo. Com o ocorrido, o equipamento ficou preso dentro do túnel da obra do Metrô na região.
Lúcio Matteucci, diretor da Acciona - concessionária responsável pela obra da Linha 6 - disse que nos últimos seis meses a concessionária focou nos esforços para recuperar as estruturas do local do acidente para poder tirar a máquina do túnel e iniciar a reparação.
Ele ressalta que o equipamento danificado ainda está em manutenção e a empresa espera a chegada de peças importantes para reiniciar as escavações.
“Nesses seis meses foi feita a reparação do esgotamento da água, de todo esgoto que estava ali amontoado na estrutura para, depois, a gente começar a fazer a reparação da máquina”, informou.
Apesar de passados quase seis meses do acidente, ainda não se sabe o que causou o vazamento, que está sendo investigado pelo governo de SP e o Ministério Público de SP.
Segundo a Acciona, o tatuzão estava a 1,8 metro de distância do local que desmoronou. Para o presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, Paulo Ferreira, a trepidação causada pelo tatuzão é uma das hipóteses para o acidente.