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Um mês após cratera se abrir na Marginal Tietê, causas do acidente na Linha 6-Laranja do Metrô seguem desconhecidas

No dia 1º de fevereiro, uma cratera se abriu na Marginal Tietê após o asfalto ceder ao lado de uma obra da Linha 6-Laranja do Metrô, na Zona Norte de São Paulo.

Um mês após cratera se abrir na Marginal Tietê, causas do acidente na Linha 6-Laranja do Metrô seguem desconhecidas
Um mês após cratera se abrir na Marginal Tietê, causas do acidente na Linha 6-Laranja do Metrô seguem desconhecidas

Redação Publicado em 01/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 13h30


No dia 1º de fevereiro, uma cratera se abriu na Marginal Tietê após o asfalto ceder ao lado de uma obra da Linha 6-Laranja do Metrô, na Zona Norte de São Paulo.

Um mês após o acidente, ainda não se sabe o que provocou o rompimento do supertúnel da Sabesp, que levou à suspensão da obra.

O acidente ocorreu na via no sentido Rodovia Ayrton Senna, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó. Ninguém se feriu no acidente.

Segundo o Corpo de Bombeiros, dois funcionários da obra foram socorridos e medicados por precaução depois de terem tido contato com água contaminada que jorrava do cano. Os demais empregados conseguiram fugir e nenhum veículo caiu na cratera. O buraco acabou sendo concretado dias depois.

O Ministério Público abriu inquérito para apurar o que ocorreu. No total, 2.240 litros de esgoto por segundo que passavam pela tubulação que rompeu, segundo a Sabesp.

As obras da Linha 6-Laranja do Metrô são realizadas por uma Parceria Público-Privada (PPP) firmada entre o governo de São Paulo e a empresa espanhola Acciona, por meio da Concessionária Linha Universidade (Linha Uni), que ganhou licitação em 2019 para dar continuidade às obras previamente interrompidas.

A Acciona, líder do consórcio que constrói a linha, também investiga o que provocou o acidente. Segundo a empresa, toda a parte eletrônica dos tatuzões, equipamentos responsáveis pela escavação de túneis e que ficaram submersos na água suja após atingir o supertúnel da Sabesp, foi perdida. Um tatuzão custa, em média, US$ 30 milhões.

Veja, por vários ângulos, aumento da cratera perto da pista da Marginal Tietê

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Na última sexta-feira (25), o trânsito em duas faixas da pista local da Marginal Tietê foi liberado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos e pela Sabesp.

Em nota, a pasta afirma que os serviços de reparo no local foram concluídos, permitindo a liberação. As demais faixas ainda seguem bloqueadas. A Prefeitura de São Paulo prevê a liberação total no dia 31 de março.

Ainda de acordo com a secretaria, a Sabesp está implantando tubulação provisória na Ponte da Casa Verde, a exemplo da que já existe na Ponte da Freguesia do Ó, para esgotamento do interceptor ITi-7.

Explosão

Uma explosão foi registrada no entorno da Marginal Tietê no último dia 22, em um canteiro de obras da Sabesp criado para promover a drenagem do esgoto acumulado no supertúnel, que vazou e abriu a cratera nas obras da Linha 6-Laranja do Metrô.

Em nota, a Sabesp disse três pessoas ficaram feridas, todas funcionárias que trabalhavam na obra. “Houve acúmulo de gás num dos poços de serviço do interceptor, provocando uma pequena explosão local”, disse a empresa em nota.

Ainda segundo a Sabesp, “nenhuma tubulação foi perfurada” e os funcionários feridos “receberam atendimento e estão fora de risco”.

O local da explosão indicado fica a poucos metros de distância da cratera que se formou em um canteiro de obras da Linha 6-Laranja no dia 1º de fevereiro.

Desde o surgimento da cratera na Marginal Tietê, a Sabesp realiza obras no entorno para desviar a tubulação de esgoto atingido pelo desmoronamento.

Acidente em 2007

Esta não foi a primeira vez que um acidente de graves proporções atingiu uma obra do metrô. Em 2007, um desmoronamento no canteiro de obras da Linha-4 Amarela provocou a abertura de uma cratera de 80 metros de diâmetro às margens da Marginal Pinheiros, na Zona Oeste da Capital.

O acidente ocorreu no local onde estava sendo construída a Estação Pinheiros. Sete pessoas foram soterradas no desabamento: o motorista de um caminhão que trabalhava na construção do Metrô, o motorista e o cobrador de um micro-ônibus engolido pela cratera, dois passageiros do coletivo e dois pedestres que passavam pelo local.

Os corpos das sete vítimas foram retirados dos escombros nos dias posteriores ao acidente.

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G1

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