Enquanto na avenida as escolas de samba celebram a volta dos desfiles de carnaval após dois anos, um disputadíssimo "espaço nobre" sob as arquibancadas do
Redação Publicado em 23/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 19h01
Enquanto na avenida as escolas de samba celebram a volta dos desfiles de carnaval após dois anos, um disputadíssimo “espaço nobre” sob as arquibancadas do Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, proporciona uma realidade de luxo, festas e mimos caríssimos.
No camarote Bar Brahma, que tem capacidade para 6 mil pessoas e é dos mais disputados da folia paulistana, o ingresso custa até R$ 2,4 mil (com direito, claro, a muita fartura). Ali, os desfiles de comunidades tradicionais do samba, com suas plumas, paetês e carros alegóricos, são apenas parte da diversão.
Bebidas de vários tipos são servidas à vontade, há buffet de comidas refinadas. Shows de cantores e grupos famosos atraem celebridades e subcelebridades, que circulam para lá e para cá revezando suas atenções entre a música que vem do palco e atrações não propriamente artísticas, como serviço de massagem e cabeleireiro
Mas está enganado quem pensa que, no sambódromo, privilegiado é tudo igual. Nada disso. Embora todos possam assistir aos números musicais – nesta sexta-feira (22), passaram pelo palco Belo, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira e Grupo Raça Negra –, os frequentadores são segmentados em grupos.
A cada um deles, é reservado um cardápio específico de privilégios, determinado pelo valor pago pela “experiência”:
O empresário Marco Puerto, dono de uma empresa do setor de Saúde, gastou cerca de R$ 15 mil para levar a família de oito pessoas ao camarote para ver o primeiro dia de desfiles em São Paulo.
Ele diz que optou pelo Vip para conseguir desfrutar com conforto, sem disputar espaço com outros grupos.
“O carnaval sempre caía em um feriado em que a gente viajava em família. E, agora, com este feriado mais curto, a gente resolveu vir pela primeira vez. E está sendo uma experiência muito boa. O atendimento é especial, e a gente consegue ver as escolas confortavelmente”, disse Puerto.
O filho dele, Gabriel Puerto, de 24 anos, conta que adorou a oportunidade de poder ficar no mesmo espaço de ex-BBBs, influencers, atores e políticos.
“A gente conseguiu interagir com algumas celebridades e conhecer uma galera que a gente só vê pela TV ou internet. O atendimento personalizado também é muito bom, além da ‘infra’ de comidas e drinks. Acho que valeu o investimento do meu pai”, comentou o rapaz.
Entrada do setor ‘Business’ do Camarote Bar Brahma no sambódromo do Anhembi, em São Paulo. — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1
A empresária Carolina Penteado, executiva de uma grande marca de alimentos de São Paulo, estava curtindo o desfile na área Business com duas amigas.
Ela diz estar acostumada a patrocinar esse tipo de área vip para executivos e clientes e afirma que esse tipo de investimento também tem o objetivo de permitir que os frequentadores fechem negócios.
“O camarote normal é uma área de muita balada e agitação. Neste tipo de área mais privada, a gente consegue conversar de várias coisas, além de ver de perto os desfiles. É um tipo de experiência de networking que não é apenas transacional [de fazer negócios]. Estreitamos relacionamentos para possíveis parcerias no futuro”, justificou.
Área ‘Varanda Platinum’ do camarote Bar Brahma no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1
A bailarina Kátia Marcílio e a coreógrafa Rafaela Viscardi estavam curtindo a primeira noite de desfiles na Varanda Platinum pela primeira vez na vida, a convite de um amigo empresário do setor musical. Elas também se disseram “maravilhadas” com o conforto.
“Sabia que tinha essas divisões dentro do camarote, mas nunca tinha vivenciado com experiência tão boa. É muito bom estar entre os Vips dos Vips”, disse Viscardi.
Kátia Marcílio completou: “Você consegue ver o desfile de perto com conforto, boa comida e gente bonita. É tudo muito aconchegante. Experiência muito gratificante”.
Mas, enquanto alguns se deliciam nos espaços privês do camarote, o pessoal da área CBB reclama da divisão dos espaços por “castas”.
“Acho ruim essa divisão de área povão e área mais vip. Todo mundo aqui pagou caro e deveria usar os mesmos espaços, sem essa segregação. Aqui é todo mundo igual, ninguém é vip das galáxias”, disse o DJ Cláudio Júnior.
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G1
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