Onze dias após um incêndio em um transformador deixar 13 das 16 cidades do Amapá sem energia elétrica, e exatamente no dia em que ocorria o primeiro turno das
Redação Publicado em 16/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 14h29
Onze dias após um incêndio em um transformador deixar 13 das 16 cidades do Amapá sem energia elétrica, e exatamente no dia em que ocorria o primeiro turno das eleições municipais – à exceção da capital, Macapá, onde o pleito foi adiado por segurança – moradores de 12 municípios passaram um dia sem que o serviço fosse interrompido.
De acordo com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), ontem (15), o fornecimento energético funcionou integralmente durante todo o dia em 12 das 13 cidades afetadas pelo problema. Já em Macapá, onde há dias a população convive com um sistema de rodízio, o sistema funcionou a 100% apenas das 7h ao meio-dia.
Entre 12h e 19h, 90% da capital do estado pôde ser atendida sem maiores problemas, mas após este horário, o rodízio precisou ser retomado devido ao aumento da demanda. E o fornecimento voltou a ser parcialmente interrompido, conforme a escala previamente divulgada pela CEA.
Segundo a empresa transmissora estatal, ao longo do dia houve registros de problemas pontuais em algumas localidades, mas que foram rapidamente solucionados.
Apesar do breve alento deste domingo, o esquema de rodízio em vigor desde a última quinta-feira (12) já foi restabelecido nos 13 municípios afetados, e seguirá sendo adotado por tempo indeterminado. Entre 7h e 19h, o fornecimento é mantido por quatro horas, conforme a escala de horários e bairros divulgada pela CEA. E das 19h às 7h do dia seguinte, por três horas
O apagão que afetou a milhares de amapaenses foi causado por um incêndio em um transformador da subestação da capital, Macapá, que acabou por ocasionar o desligamento automático nas linhas de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes, que abastecem a região.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o transformador que pegou fogo pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), do grupo Gemini Energy. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação. No dia seguinte ao acidente, o Ministério de Minas e Energia montou uma força-tarefa para fazer frente à crise e a estatal Eletronorte, subsidiária da Elebrobras, assumiu o fornecimento emergencial de energia. Até as Forças Armadas tiveram que ser mobilizadas para transportar equipamentos e suprimentos para o estado e atender à população.
Na última quarta-feira (11), a Polícia Civil do Amapá divulgou o resultado de um laudo preliminar que aponta que, ao contrário do que a LMTE informou, o incêndio no transformador da subestação de Macapá não foi causado por um raio, mas sim pelo superaquecimento em uma peça do equipamento. No mesmo dia, policiais civis cumpriram mandados de busca nas instalações da empresa, onde apreenderam documentos e realizaram novas perícias.
Na sexta-feira (13), a 2ª Vara Federal Cível do Amapá estendeu o prazo para que a LMTE restabeleça integralmente o fornecimento energético para todo o estado, sob pena de multa de R$ 50 milhões. Em nota divulgada ontem (15), a empresa informou que um novo transformador deve chegar a Macapá nos próximos dias, e tão logo seja instado e comece a funcionar, permitirá que o serviço seja normalizado em poucos dias.
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Agência Brasil
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