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República Democrática do Congo diz enfrentar maior surto de ebola da sua história, com 319 casos

A epidemia de ebola declarada no último dia 1º de agosto nas províncias de Ituri e Kivu do Norte, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), já é a

República Democrática do Congo diz enfrentar maior surto de ebola da sua história, com 319 casos
República Democrática do Congo diz enfrentar maior surto de ebola da sua história, com 319 casos

Redação Publicado em 10/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h47


Surto matou 198 pessoas.

A epidemia de ebola declarada no último dia 1º de agosto nas províncias de Ituri e Kivu do Norte, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), já é a maior da história do país em relação ao número de contágios, que somam 319.

“(Este surto) acaba de superar o da primeira epidemia registrada na história (da RDC, então Zaire) em 1976 em Yambuku, na província do Equador. Até o momento, foram registrados 319 casos e 198 mortes”, confirmou neste sábado (10) o ministro da Saúde congolês, Oly Ilunga Kalenga, em comunicado.

Até agora, o surto em Yambuku, por conta do qual esta doença foi descoberta – batizada justamente em referência ao rio congolês Ebola -, era não só o mais mortal na história do país com 280 mortes, mas também o que registrou mais contágios (318).

Esta epidemia, com 198 mortes, segundo os dados divulgados neste sábado pelo Ministério de Saúde congolês, já é a terceira mais mortífera do país, superada apenas pelo primeiro surto de 1976 e pelo terceiro declarado em 1995 na cidade de Kikwit, no qual morreram 250 pessoas.

“Nenhuma outra epidemia no mundo foi tão complexa como a que estamos experimentando atualmente”, afirmou Ilunga, ao lembrar também a rejeição, as ameaças e as agressões habitualmente enfrentadas pelas equipes médicas e humanitárias que trabalham na região.

À forte rejeição gerada por grande parte da população ao ser tratada contra o ebola – devido ao desconhecimento, ao medo de uma doença que pode ser mortal e às crenças culturais – se soma à instabilidade que assola estas regiões do noroeste da RDC.

Essa é a primeira vez que uma epidemia de ebola é declarada em uma zona em conflito, onde opera uma centena de grupos armados, o que provoca o deslocamento contínuo de centenas de milhares de pessoas que poderiam ter estado em contato com o vírus.

A insegurança complica e limita o trabalho das equipes de saúde, que, ao realizarem enterros seguros, sofreram ataques ou inclusive foram sequestradas por grupos rebeldes.

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