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Pai queria envenenar menina que deu doce adulterado a colegas

Do G1 São Paulo

Pai queria envenenar menina que deu doce adulterado a colegas
Pai queria envenenar menina que deu doce adulterado a colegas

Redação Publicado em 06/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 19h02


Polícia prende pai de menina que deu doce adulterado para colegas em SP

Segundo investigação, Leôncio dos Santos pretendia envenenar a filha.
Seis colegas de escola da jovem comeram a guloseima e passaram mal.

A polícia prendeu, na manhã desta quinta-feira (6), em São Paulo, o pai biológico da adolescente que deu creme de avelã adulterado para colegas da Escola Estadual Caetano Miele, em Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo. Após comerem o doce, no dia 27 de setembro, seis estudantes passaram mal e precisaram ser internadas.

O detido, o pedreiro Leôncio Fernandes dos Santos, é apontado pela polícia como o principal suspeito de ter adulterado o produto. De acordo com a investigação, ele teria feito isto porque não queria reconhecer a paternidade da filha. A menina que seria alvo do envenenamento, no entanto, não ingeriu o doce e apenas o compartilhou com as colegas.

Leôncio foi preso temporariamente por 30 dias. Policiais passaram a investigar o pedreiro depois que Kaíque Vicente de Oliveira, apontado como responsável por entregar o creme de avelã às adolescentes, o delatou. A polícia chegou a Kaíque, de 21 anos, após reunir depoimentos e encaminhar o doce para perícia.

O jovem seria amigo da menina que levou o creme para a escola. Ele admitiu ter entregado o produto para a adolescente sabendo que estava adulterado, mas negou que tenha sido o autor da adulteração. Policiais encontraram na casa dele uma substância que acreditam ser veneno.

O delegado Paulo Fares, que investiga o caso no 10º Distrito Policial da Penha, afirma que, de fato, Kaíque não agiu sozinho. “Nós precisamos localizar essa segunda pessoa envolvida e confrontá-la com as informações que temos. Aí nós vamos ter com certeza a motivação e também vamos ver a participação total do Kaíque, se é até onde ele nos relata ou se existe alguma coisa que ele ainda não nos revelou”, explicou.
Outras tentativas
A mãe da menina que deu o doce às colegas já havia acusado o pai da adolescente de estar envolvido no caso. “Ele pagou o menino [Kaíque] para matar minha filha. É porque tá na Justiça. Eu coloquei teste de paternidade. Acho que [quer matá-la] para não provar que é filha dele”, disse a mulher, que não quis ser identificada.

Em depoimento, Kaíque contou que já havia dado o doce para a adolescente em outras situações, e que ela teria passado mal todas as vezes. Na última vez que ele ofereceu o doce, no entanto, a menina teria encontrado “bolinhas” no produto que a fizeram recusar, conforme relatou no boletim de ocorrência. Ela também disse que Kaíque chegou a provar o doce na frente dela e, por isto, acabou levando o produto para oferecer às colegas.

Segundo a polícia, Kaíque será indiciado por tentativa de homicídio, mas foi liberado da delegacia devido à regra prevista na Lei Eleitoral que veda prisões cinco dias antes das eleições e dois dias depois. A exceção, nestes casos, são as prisões em flagrante e o cumprimento de sentenças criminais.

Ainda de acordo com a polícia, o homem já tinha sido apreendido pela polícia uma vez, quando ainda era menor de idade. “A situação dele vai ser comunicada ao Judiciário e ao Ministério Público para verificar se existe alguma outra coisa que esses órgãos desejam em relação a ele”, explicou o delegado.

A Secretaria Municipal da Saúde diz que exames constataram a presença de uma substância não compatível com os ingredientes do creme de avelã. O laudo da perícia, que ainda não tem data certa para ser emitido, vai indicar o que causou a intoxicação.

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