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Obra do muro de vidro da USP faz seis meses com rotina de placas quebradas

Mais duas placas de vidro do muro da raia olímpica da USP, na Zona Oeste de São Paulo, estavam quebradas na manhã desta terça-feira (23). O G1 passou em

Obra do muro de vidro da USP faz seis meses com rotina de placas quebradas
Obra do muro de vidro da USP faz seis meses com rotina de placas quebradas

Redação Publicado em 23/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h26


Mais duas placas estavam quebradas na manhã desta terça-feira. Laudo do Instituto de Criminalística indica que problemas de instalação, vibrações e armazenamento inadequado são algumas das causas para as quebras.

Mais duas placas de vidro do muro da raia olímpica da USP, na Zona Oeste de São Paulo, estavam quebradas na manhã desta terça-feira (23). O G1 passou em frente ao muro e constatou o problema que tem se tornado uma rotina desde que o muro de concreto começou a dar lugar à parede de vidro, há seis meses. Cerca de 30 placas de vidro já precisaram ser trocadas após aparecerem danificadas.

O local segue em obra. Um trecho ainda esta com o muro de concreto com as placas de vidro sendo instaladas por trás. Funcionários trabalham na montagem do paisagismo que será feito entre o muro do vidro e a proteção junto à pista da Marginal Pinheiros.

A perícia concluiu que os vidros quebrados na raia olímpica da USP não foram um ato de vandalismo. Problemas na instalação, vibrações e armazenamento inadequado são algumas das causas para o projeto de R$ 20 milhões se esfarelar.

A pedido da polícia o Instituto de Criminalística analisou onze placas de vidro quebradas e concluiu o que pode ter acontecido. A TV Globo teve acesso ao laudo.

Perícia conclui que vidros quebrados na USP não foi vandalismo

Perícia conclui que vidros quebrados na USP não foi vandalismo

A perícia diz que duas delas tinham marcas de impacto de instrumento do tipo contundente.

Outras quatro não tinham marcas de impacto, mas a forma como quebraram também indica que podem ter sido atingidas por algum objeto.

Dessas seis, quatro quebraram no sentido de dentro da raia olímpica da USP para fora e uma folha aparentava ter quebrado de fora para dentro da Cidade Universitária.

O laudo diz, ainda, que outras cinco folhas de vidro podem ter se rompido por problemas de instalação, por vibrações e impactos no transporte e no armazenamento inadequado.

O inquérito vai ser concluído nos próximos dias, sem apontar que houve vandalismo.

“Não foi encontrado nenhum vestígio próximo aos vidros quebrados”, disse o delegado Ubiraci de Oliveira. “Então não tinha nenhuma pedra, não havia nenhuma capsula deflagrada, nenhum objeto que pudesse ter causado essa quebra, e isso está intrigando a gente. Até hoje a gente não tem um autor e não tem nem suspeita de algum autor.”

Ao longo do muro de vidro não faltam pedras, garrafas e pedaços de pau. O local tem câmeras, mas a polícia até hoje não recebeu nenhuma imagem dos vidros quebrando.

Quem passa pela Marginal Pinheiros vê muro de vidro com placas quebradas — Foto: Paulo Guilherme/G1

Quem passa pela Marginal Pinheiros vê muro de vidro com placas quebradas — Foto: Paulo Guilherme/G1

Alguns vidros colocados em um cavalete foram trazidos para substituir os que já quebraram, enquanto o trabalho não é concluído, ficam em um canteiro bem próximo da Marginal Pinheiros. E, em poucos dias, um deles, que ainda nem tinha sido utilizado, já está quebrado.

O muro de vidro foi uma doação da iniciativa privada e custou cerca de R$ 20 milhões.

O Instituto de Arquitetos do Brasil diz que é preciso encontrar uma solução para que os vidros parem de quebrar.

“Precisariam ser apresentados estudos técnicos pra saber se vão ser feito adequações do projeto executado sem o devido planejamento ou se será necessário escolher uma outra técnica”, diz Fernando Túlio Salva Rocha Franco. “Isso precisa ser apresentado pra que os custos disso possam ser avaliados e saber de fato quem vai arcar com essas questões.”

A USP disse que assumirá a manutenção do muro de vidro quando a obra for finalizada e entregue à universidade. E para isso vai buscar parcerias junto à iniciativa privada. Sobre as câmeras de segurança, disse que elas estão em fase de testes.

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