De acordo com a polícia, ele é o mandante do roubo que terminou com a morte do motorista. Um adolescente também foi apreendido. Além deles, outras quatro pessoas foram presas suspeitas de participação no crime.
“Foi um caso grave, a vítima foi morta de uma maneira covarde, mas o Tigre atuou com extrema técnica e eficácia. As investigações apontam que esse mesmo grupo atuou em ao menos mais um latrocínio e em outros dois roubos”, disse o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita de Oliveira.
Ainda conforme o secretário, depois do fim das investigações, a polícia deve dar sugestões para aprimorar o grau de segurança em aplicativos de transporte. “Para termos mais capacidade de reação e também de prevenção, tanto para o motorista, quanto para o passageiro”, explicou.
Entenda o caso
Alex desapareceu na terça-feira (26), quando saiu para trabalhar. A última vez em que ele foi visto com vida foi no bairro Cabral, em Curitiba, onde morava.
No dia seguinte ao sumiço, o corpo do motorista foi achado em um terreno baldio em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, com as mãos e os pés amarrados. Alex tinha, ainda, ferimentos na cabeça e no pescoço e estava amordaçado.
Três suspeitos foram presos no Bairro Alto, em Curitiba, na tarde de quinta-feira (28); entre eles, mãe e filho. Um dia depois, na sexta-feira (29), um 4º suspeito se entregou à polícia na sede do Tigre.
Já no sábado (30), em Guaratuba, no litoral do Paraná, a polícia prendeu o 5º suspeito, apontado como mandante do crime, e apreendeu o adolescente.
O delegado Luiz Fernando Artigas, do Tigre, disse que Alex foi vítima de latrocínio. Ainda conforme Artigas, ele foi escolhido aleatoriamente pelos assaltantes.
“Não há vinculação nenhuma entre o grupo criminoso e a vítima. Chamaram o Uber e, o primeiro que chegasse, e foi o que aconteceu com a vítima, seria roubado. A intenção deles, inicialmente, era só tomar o carro. Levaram relógio da vítima, calçados e alguma outra coisa”, explicou.
Porém, de acordo com o delegado, o grupo acabou “perdendo a mão”. “Ele reagiu e, depois que deram a primeira facada, decidiram que iam matar a vítima”, relatou o delegado.
A causa da morte foi traumatismo craniano, pelas pancadas que a vítima levou na cabeça.
“É impressionante o grau de maldade desse pessoal. Esse envolvimento todo revela uma estrutura familiar complicada, muitos deles têm antecedentes. E há detalhes que nos chamam a atenção: da mãe ter cedido o telefone para ligar para a vítima e, sabendo depois que o roubo degenerou, ter feito um Boletim de Ocorrência para livrar a sua participação. Houve uma frieza grande”, explicou.
O celular dela acabou sendo apreendido pela polícia, o que ajudou nas investigações. A polícia ainda desconfia que outros motoristas tenham sido vítimas da quadrilha porque havia outras chamadas para a Uber no celular.
Até a publicação desta reportagem, o carro da vítima ainda não tinha sido localizado pela polícia.
Em nota, a Uber lamentou a morte do motorista. “Estamos devastados com esta violência sem sentido. Nossos sentimentos de mais profundo pesar vão para a família de Alex”, afirmou.
1 minuto de silêncio
No domingo (1º), no jogo entre Atlético Paranaense e Atlético Mineiro, na Arena da Baixada, em Curitiba, houve um minuto de silêncio em homenagem à morte de Alex. Ele é filho de Jeferson Ribeiro, ex-atacante do Furacão.