No folclore brasileiro, Yara é uma sereia que canta para seduzir os homens e levá-los para o fundo do rio. Mas a Izzy e a Raquel, da seleção brasileira de
Redação Publicado em 22/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h04
No folclore brasileiro, Yara é uma sereia que canta para seduzir os homens e levá-los para o fundo do rio. Mas a Izzy e a Raquel, da seleção brasileira de rúgbi, conheceram uma versão diferente dessa história. As duas explicaram os detalhes do enredo da guerreira que conquistou o time.
– A Yara era uma guerreira dentro de uma tribo, e ela tinha dois irmãos. Mas ela era muito melhor que eles fisicamente, na guerra – conta Izzy.
– E os irmãos não admitiam isso, então eles tentaram armar uma emboscada para matá-la, mas ela descobriu antes e matou os dois – emenda Raquel.
– Daí a tribo falou para o pajé que precisava ter uma consequência por essas mortes – diz Izzy.
– Mas ele levou ela pro meio do mato e jogou no rio – lembra Raquel.
– Pediu pros deuses da água tomarem a decisão: cuida dela se merece, ou ela morre – conta Izzy.
– Por ela ser essa representação de índia guerreira, como um presente dos deuses, ela voltou como uma sereia – conclui Raquel.
No rúgbi, existe a tradição de batizar as seleções com um apelido. É o caso, por exemplo, dos All Blacks, da Nova Zelândia, e dos Pumas, da Argentina. No Brasil, surgiram primeiro os Tupis, da equipe masculina.
– Nós éramos reconhecidas pela “seleção brasileira feminina de rúgbi”. A gente não tinha um nome próprio. Então a gente também buscou, nosso treinador incentivou a gente a buscar dentro da cultura tupi um personagem feminino que representasse a gente – diz Raquel.
Em 2014, as jogadoras descobriram essa sereia guerreira e adotaram Yara como nome. Mas ainda faltava um detalhe. Até hoje, o uniforme da seleção feminina de rúgbi traziam o escudo dos Tupis, da equipe masculina do Brasil. Seguindo o exemplo de força e de coragem da Yara do folclore, as atletas começam a traçar um novo caminho. O próprio caminho.
– Já faz um tempo que a torcida sabe que é Yara, que grita isso quando a gente tá em campo, o que é muito legal, mas agora qualquer um que vai olhar de fora terá esse reconhecimento: “Opa, tem algo novo aí”. Isso é muito importante, agora a gente ter no nosso peito a Yara – afirma Izzy.
A Izzy é filha de pais brasileiros, mas nasceu nos Estados Unidos e só se mudou para o Brasil há sete anos. Se, para ela, representar a Yara já é emocionante, imagine para Anne, da seleção juvenil, que é descendente de indígenas. Recentemente, ela descobriu um tio-avô, Sebastião Rosas, que até hoje vive em uma aldeia no Espírito Santo.
– Eu lembrava da minha avó, porque ela tinha muitos traços, mas eu nunca tive a chance de conhecer ninguém. Mas eu me sinto muito orgulhosa de saber que no meu sangue corre o sangue indígena e eu posso lutar por isso, representar isso, entendeu? – diz Anne.
Por uma regra do Comitê Olímpico Internacional, os uniformes em tTóquio vão trazer só a bandeira do brasil, sem o novo brasão das Yaras. Mas a guerreira indígena vai estar presente de outras maneiras nos Jogos Olímpicos, junto com a seleção feminina do Brasil.
– Dentro de cada uma existe essa guerreira, e quando a gente entra em campo, a gente se permite ser transformada um pouco. Eu deixo de ser a Izzy, eu sou a Izzy Yara agora. Tem essa transformação individual pra entregar um pouco mais, para que o coletivo seja maior do que só a soma das partes. Então a Yara para gente representa tudo isso.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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