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Escola onde bebê morreu no 1º dia de aula volta a funcionar sem autorização da Prefeitura de Campinas

A Casinha do Saber havia sido fechada pela Prefeitura em 15 de agosto. No dia 12 de setembro, a Administração liberou o alvará de uso do prédio da escola, mas

Escola onde bebê morreu no 1º dia de aula volta a funcionar sem autorização da Prefeitura de Campinas
Escola onde bebê morreu no 1º dia de aula volta a funcionar sem autorização da Prefeitura de Campinas

Redação Publicado em 19/09/2017, às 00h00 - Atualizado às 08h13


A escola infantil Casinha do Saber, de Campinas (SP), onde Emanuelle Calheiros Maciel, de 4 meses, passou mal e morreu no primeiro dia de aula, retomou as atividades nesta segunda-feira (18) mesmo sem autorização da Prefeitura. Uma equipe da EPTV, afiliada da TV Globo, flagrou a movimentação de crianças e uma mãe confirmou o funcionamento da unidade. Em nota, o advogado da creche disse que houve uma “confusão” e que o espaço será novamente fechado.

A Casinha do Saber havia sido fechada pela Prefeitura em 15 de agosto. No dia 12 de setembro, a Administração liberou o alvará de uso do prédio da escola, mas o funcionamento pedagógico ainda depende de cadastro e liberação da Secretaria Municipal de Educação, em um processo que deve durar dois meses.

Bebê morreu no primeiro dia em que foi levada para creche particular em Campinas (Foto: Devair Maciel / Arquivo pessoal )

Bebê morreu no primeiro dia em que foi levada para creche particular em Campinas (Foto: Devair Maciel / Arquivo pessoal )

Questionada sobre o funcionamento da unidade nesta segunda (18), a Secretaria de Educação informou que vai pedir para a Secretaria de Urbanismo verificar a situação na escola. Só após esse procedimento é que serão tomadas as medidas necessárias.

Representante da Casinha do Saber, o advogado Ferdinando Galliani Neto confirmou que falta a liberação da Secretaria de Educação para o funcionando da unidade. Em nota, ele atribuiu o atendimento a uma “confusão”.

“A escola de educação Casinha do Saber restabeleceu o recebimento de alunos no dia de hoje, uma vez que o próprio órgão municipal que cessou temporariamente sua atividades, no dia 17 de setembro de 2017, após o cumprimento de vasto acervo de documentos, lhe concedeu o Alvará de Uso”, diz a nota.

Neto destaca que a escola cumpriu ainda “com todos os documentos pertinentes e exigidos pela Secretaria Municipal de Educação” e, inclusive, “já dispõe de protocolo administrativo dando conta desse cumprimento”.

“Assim, acreditando estar habilitada ao regular funcionamento da escola, decidiu recepcionar alguns poucos alunos. No entanto, dada a repercussão, aguardará as orientações do órgão público sobre o assunto”, completa a nota.

Foto enviada pela escola à mãe da bebê; criança morreu em creche de Campinas (Foto: Devair Maciel / Arquivo pessoal)

Foto enviada pela escola à mãe da bebê; criança morreu em creche de Campinas (Foto: Devair Maciel / Arquivo pessoal)

‘Vontade de Deus’

Dois dias após a morte de Emanuelle, a escola divulgou uma nota atribuindo a morte da bebê “à vontade de Deus”.

“A primeira pergunta que se faz: por que Deus? Por que com esse anjinho? Por que com a nossa escola? Por que com nossa equipe? Certamente, pela vontade de DEUS!”, destacou nota da escola.

“Não havendo palavras que possam confortar a dor imensurável, com a qual compartilhamos, senão pela fé em Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, quem certamente confortará a todos e dará o merecido descanso à sua alma e ao seu espírito ao lado do Pai Eterno”, diz o texto enviado pela advogada da escola e assinado pela equipe Casinha do Saber.

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