via: Agência Brasil
Redação Publicado em 04/06/2020, às 00h00 - Atualizado em 05/06/2020, às 16h51
via: Agência Brasil
Nesta última quarta-feira (3), data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que vai retomar os estudos sobre a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento e prevenção dos casos de Covid-19, uma denúncia feita por um jornal britânico mostra que a decisão, apoiada na falta de dados que comprovassem a insegurança do medicamento, foi motivada pela suspeita envolvendo a empresa responsável por fornecer dados para os estudos.
Segundo informações do The Guardian, a empresa norte-americana Surgisphere foi a responsável por fornecer diversas informações sobre a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), como número de infectados e de mortes, em diversos países.
Tais dados basearam as análises e conclusões de grande estudos, como os produzidos pela Lancet e pelo Nem England Journal of Medicine, e apontaram a falta de segurança da cloroquina . Com isso, a OMS o retirou da lista de opções de medicamentos que deveriam ser estudados e muito países optaram por suspender o uso em pacientes.
Entretanto, a investigação do periódico apontou que a empresa, que tem entre seus funcionários um escritor de livros de ficção científica e até um modelo de conteúdo adulto, não tem qualquer histórico de análise de dados, não apresentou nenhum tipo de metodologia ou embasamento científico para comprovar as informações que compartilhou com os pesquisadores.
As dúvidas sobre a qualidade das informações e do resultado dos estudos começou a crescer dentro da comunidade científica nas últimas semanas quando alguns dados “suspeitos” foram confrontados por outras fontes. O texto aponta os registros da Surgisphere sobre a Austrália como um dos que gerou dúvidas e foi questionado.
Segundo a empresa, havia 600 infectados e 73 mortes em cinco hospitais do país no dia 21 de abril. Porém, dados da Universidade Johns Hopkins, uma das instituições que realiza o agrupamento dos registros sobre a pandemia do Covid-19, mostraram o número de mortes na Austrália nesta data era de 67 e só atingiu a marca de 73 no dia 23.
Questionado sobre a disparidade, Sapan Desai, diretor executivo da Surgisphere e citado como um dos co-autores no estudo da Lancet, disse que os dados de um hospital da Ásia foram acidentalmente acrescentados nos registros australianos.
Outros dois estudos que contaram com a participação de Desai, um falando sobre a eficácia do vermífugo Ivermectina na redução do número de mortes de pacientes graves da Covid-19 e que fez o governo do Peru incluir o fármaco na lista de possíveis tratamentos, e outro sobre a segurança do uso de remédios para o tratamento de doenças coronárias em infectados pelo novo coronavírus, também tiveram seus resultados questionados e criticados.
Por fim, o The Guardian ainda revelou que Desai já foi processado em três oportunidades por má conduta médica, todas não relacionadas à Surgisphere ou sua base de dados. Questionado sobre as acusações, ele se limitou a dizer que as alegações são “infundadas”.
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