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Crescimento de favelas vira motivo de preocupação em Rio Preto

O ressurgimento das favelas em  São José do Rio Preto (SP) depois de pouco mais de uma década, preocupa o poder público.  As duas principais ocupações estão

Crescimento de favelas vira motivo de preocupação em Rio Preto
Crescimento de favelas vira motivo de preocupação em Rio Preto

Redação Publicado em 27/12/2016, às 00h00 - Atualizado às 15h26


Crescimento de favelas vira motivo de preocupação em Rio Preto

Muitas famílias estão ocupando áreas ilegais na cidade.
Defensoria Pública cobra que famílias sejam retiradas do local com urgência.

O ressurgimento das favelas em  São José do Rio Preto (SP) depois de pouco mais de uma década, preocupa o poder público.  As duas principais ocupações estão na Vila Itália e no bairro Brejo Alegre, onde, sem ter para onde ir, muitas dezenas de famílias construíram seus barracos.

Às margens da ferrovia, a favela do Brejo Alegre cresce dia após dia. São cerca de 50 barracos amontoados. A energia elétrica é restrita a alguns barracos. Sem saneamento, os moradores recorrem a um poço aberto sem qualquer tipo de proteção para crianças que também não têm qualquer obstáculo para chegar aos trilhos.

“Eles passam muito rápido e tem muita criança aqui. O medo maior é a noite”, afirma Patrícia Brito, que veio de Águas de Santa Bárbara com o marido e os três filhos em busca de um emprego, sem sucesso.

Moradores da favela do Brejo Alegre fizeram um poço para coletar água (Foto: Reprodução/ TV TEM)

Moradores da favela do Brejo Alegre fizeram um poço para coletar água (Foto: Reprodução/ TV TEM)

A falta de emprego também empurrou a família de Maria Geovânia Ferreira para a ocupação. Sem dinheiro para pagar o aluguel, ela e os dois filhos encontraram lá um abrigo, ainda que provisório, para se manter. “A gente tem que achar um lugar pelo menos pra se abrigar. Não têm condições. Não tem emprego e não tem pra onde ir.”

Na Vila Itália a situação é ainda pior. São pouco mais de 300 pessoas, também às margens da ferrovia, que começaram a se aglomerar no local há mais de um ano. “Quem não tem caixa d’água tem que acordar cedo para encher os galões. Senão, não tem água pra comer, beber”, disse a dona de casa Tatiane Cardoso, que mora no local há oito meses.

Para piorar a situação, a favela encontra-se em uma área que é alvo de disputa judicial. Metade dela está em uma área da prefeitura. A outra parte da ocupação está em um terreno pertencente a uma família, que vendeu partes do terreno para a construção de outros imóveis, que estão no local há mais tempo. Os herdeiros do espólio, entretanto, pediram a reintegração de posse.

A ação é acompanhada pela Defensoria Pública, que cobra, ainda, ações da prefeitura para que essas famílias sejam retiradas do local com urgência. Na última audiência, a Justiça concedeu um prazo de 60 dias para a realização de um estudo individualizado das famílias ocupantes da área. “A gente está dentro deste prazo e realizando estes estudos. Para que o município possa apresentar um programa para a possível retirada das famílias do local”, afirmou a defensora pública Bruna Hernandes.

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