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Consultor jurídico da UE diz que Reino Unido pode suspender Brexit unilateralmente

Um dos principais consultores jurídicos da União Europeia afirmou nesta terça-feira (4) que o Reino Unido pode suspender o processo de saída do bloco

Consultor jurídico da UE diz que Reino Unido pode suspender Brexit unilateralmente
Consultor jurídico da UE diz que Reino Unido pode suspender Brexit unilateralmente

Redação Publicado em 04/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h43


O conselho do advogado-geral do Tribunal de Justiça Europeu frequentemente é seguido pelo Tribunal de Justiça Europeu.

Um dos principais consultores jurídicos da União Europeia afirmou nesta terça-feira (4) que o Reino Unido pode suspender o processo de saída do bloco unilateralmente e essa possibilidade continua a existir até que o acordo de retirada seja formalmente concluído. A opinião contraria os argumentos defendidos pelo governo britânico e pela Comissão Europeia.

O advogado-geral do Tribunal de Justiça Europeu, Manuel Campos Sanchez-Bordona, afirmou ao Tribunal de Justiça Europeu que seria legalmente válida uma eventual decisão do governo britânico de revogar o acionamento do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que deu início ao processo de afastamento do bloco europeu.

O conselho do advogado geral é frequentemente, mas nem sempre, seguido pela corte europeia.

O tribunal europeu avalia essa questão rapidamente já que o Brexit, como ficou conhecida a saída do Reino Unido da União Europeia, está prevista para 29 de março. Antes disso, o acordo aprovado pelo Conselho Europeu com a primeira-ministra britânica, Theresa May, ainda precisa ser aprovado pelo parlamentos britânico e, posteriormente, europeu.

O presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, aperta a mão da primeira-ministra britânica, Theresa May, durante encontro em Bruxelas neste sábado (24)  — Foto: AP Photo/Geert Vanden Wijngaert

O presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, aperta a mão da primeira-ministra britânica, Theresa May, durante encontro em Bruxelas neste sábado (24) — Foto: AP Photo/Geert Vanden Wijngaert

No plano interno, May enfrenta a resistência de opositores do Brexit e mesmo de colegas de partido para aprovar esse acordo – avaliado como insuficiente para assegurar os interesses do Reino Unido. Os parlamentares devem chegar divididos para a votação prevista para ocorrer no dia 11 de dezembro.

Na avaliação do jornal “The Guardian”, se o tribunal endossar a opinião de Sanchez-Bordona, os defensores do anti-Brexit tomarão a decisão sobre o controverso acordo cientes de que o Brexit pode ser revertido pelos parlamentares britânicos de uma forma mais suave do que o governo do Reino Unido argumentou até agora.

Já que essa é a primeira vez que um estado membro pede afastamento do bloco, o Tribunal Europeu avalia as condições para essa separação a fim de esclarecer a situação para os deputados do Parlamento Europeu, que avaliarão a saída caso Reino Unido e União Europeia cheguem a um acordo ou não.

A polêmica foi originalmente levantada por um grupo de ativistas anti-brexit escoceses. O principal tribunal da Escócia encaminhou-o a Estrasburgo para avaliação. A decisão final da Corte Europeia deve sair em algumas semanas.

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