O presidente Xi Jinping afirmou nesta terça-feira (1º) que "nada" pode abalar a nação chinesa, durante o discurso de abertura das celebrações do 70º
Redação Publicado em 01/10/2019, às 00h00 - Atualizado às 09h26
O presidente Xi Jinping afirmou nesta terça-feira (1º) que “nada” pode abalar a nação chinesa, durante o discurso de abertura das celebrações do 70º aniversário da China comunista, em Pequim.
“Nada pode fazer com que os pilares da nossa grande nação sejam abalados. Nada pode impedir que a nação e o povo chineses avancem”, disse Xi Jinping na porta de Tiananmen, o mesmo local onde Mao Tsé-Tung proclamou a fundação da República Popular da China, em 1º de outubro de 1949.
Em seguida, Xi passou em revista as tropas a bordo de um veículo conversível.
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Tropas chinesas marcham em Pequim — Foto: Thomas Peter / Reuters
Ao menos 15 mil soldados, centenas de tanques, mísseis e aviões de combate foram mobilizados para desfilar na Praça Tiananmen para celebrar o caminho percorrido pela China desde que era um país devastado pela guerra e a pobreza até se converter na segunda maior economia do planeta.
O evento, sob fortes medidas de segurança, foi aberto com uma salva de 70 tiros de canhão e o içamento da bandeira nacional.
Veículos militares carregando mísseis hipersônicos DF-17 passam pela Praça da Paz Celestial durante o desfile militar que marca o 70º aniversário de fundação da República Popular da China — Foto: Thomas Peter / Reuters
O Exército Popular de Libertação exibiu suas novas armas, entre elas o DF-41, um míssil balístico intercontinental capaz de atingir qualquer ponto dos Estados Unidos; o DF-17, um lançador de “planadores hipersônicos”, e um drone de reconhecimento de alta velocidade e altitude.
Helicópteros sobrevoaram a cidade formando o número 70.
Após o desfile militar, outra marcha será realizada, com 100.000 pessoas e 70 carros, recordando as conquistas das últimas décadas. Também serão lançadas 70.000 pombas e 70.000 balões, referentes aos 70 anos do regime.
Tanques desfilam em |Pequim — Foto: Greg Baker / AFP Photo
Veículos militares transportam o míssil JL-2, que pode ser lançado de submarinos — Foto: Thomas Peter / Reuters
Hong Kong
Ao mesmo tempo, em Hong Kong, o movimento pró-democracia realiza novas manifestações, com o crescente risco de violência. Esta região do sul da China está passando por sua mais grave crise política desde sua devolução a Pequim em 1997.
Nos últimos quatro meses, Hong Kong é palco de manifestações quase diárias para exigir reformas democráticas e denunciar a crescente interferência de Pequim.
Nesta terça-feira, houve confrontos entre a polícia e ativistas, e um manifestante foi baleado no peito no distrito de Tseun Wan.
Na segunda-feira (30) em uma recepção em Pequim, Xi disse que seu país “continuará a aplicar plena e fielmente o princípio de ‘um país, dois sistemas'”, bem como “um alto grau de autonomia” em Hong Kong.
Sob o princípio “um país, dois sistemas” – em vigor até 2047 -, Hong Kong teoricamente goza de certas liberdades indisponíveis para os cidadãos do restante da China, como liberdade de expressão, acesso irrestrito à Internet e independência judicial.
Nos últimos dias, imagens animadas com a figura do número 70, slogans e textos patrióticos que elogiam o Partido Comunista e que fazem muito sucesso nas redes sociais foram projetados nos arranha-céus de Pequim.
Nas últimas semanas, a mídia chinesa foi instruída a não divulgar notícias negativas, como acidentes ou desastres naturais, e dar prioridade à “energia positiva”, como o Partido Comunista costuma repetir.
Os protestos desta terça pró-democracia em Hong Kong serão “muito, muito perigosas”, alertou a polícia do território na véspera. “Os insurgentes estão aumentando seus atos de violência. A profundidade e amplitude dessa violência e seus planos mostram que estão cada vez mais se voltando para o terrorismo”, disse o superintendente da polícia John Tsé.
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