Com os impactos do novo coronavírus (covid-19) na economia, o Banco Central (BC) espera por menor crescimento do crédito este ano. De acordo com o Relatório
Redação Publicado em 26/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h31
Com os impactos do novo coronavírus (covid-19) na economia, o Banco Central (BC) espera por menor crescimento do crédito este ano. De acordo com o Relatório de Inflação, divulgado hoje (26), a previsão para o saldo total do crédito caiu de 8,1% para 4,8%.
“De forma geral, a projeção de menor crescimento do saldo de crédito reflete cenário substancialmente mais desafiador para a atividade econômica diante da pandemia de coronavírus (covid-19), haja vista a elevação de incertezas no ambiente econômico internacional e a expressiva queda nas expectativas de crescimento para o Brasil em 2020”, diz o BC no relatório.
A estimativa para o saldo do credito às pessoas jurídicas (empresas) caiu de 2,5% para 0,6%. Houve redução na projeção de crescimento do segmento de recursos livres de 9,7% para 6%, “influenciada pela reversão nas expectativas de crescimento da economia”.
“Parte desse efeito foi, no entanto, compensado pelo impacto da desvalorização cambial [alta do dólar] sobre o montante em reais das dívidas indexadas a moedas estrangeiras”, diz o BC.
O crédito com recursos livres é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e para definir as taxas de juros.
No caso dos empréstimos com recursos direcionados (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) às empresas, o BC projeta retração de 8% do saldo. A previsão anterior era de queda de 8,6%.
No caso do crédito destinado a pessoas físicas, a estimativa passou de 12,2%, em dezembro, para 7,8%, no relatório divulgado hoje.
Para o BC, os empréstimos para pessoas físicas financiados com recursos livres “continuam sendo o principal vetor de crescimento do crédito no país”. “Entretanto, o ritmo de expansão dessas modalidades em 2020 foi revisto para 10%, ante estimativa anterior de 15,4%, em linha com redução na expectativa de crescimento da economia e seus efeitos sobre o mercado de trabalho, com impactos sobre a expansão da massa salarial”, diz o BC.
Em relação ao saldo de crédito com recursos direcionados, houve diminuição na projeção de crescimento divulgada em dezembro, de 8,1% para 5%.
“É importante notar que o ajuste nas projeções de 2020 concentrou-se majoritariamente nas operações de crédito financiadas com recursos livres, mais sensíveis ao ciclo econômico e que tiveram crescimento expressivo nos últimos anos”, conclui o BC.
ABr
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