A Argentina quer o apoio do Brasil para renegociar sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse hoje (12) o ministro de Relações Exteriores,
Redação Publicado em 12/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 18h00
A Argentina quer o apoio do Brasil para renegociar sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse hoje (12) o ministro de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Felipe Solá, durante encontro com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, no Palácio do Itamaraty.
Na oportunidade, o ministro argentino classificou a viagem ao Brasil como um “marco de aproximação e amizade”, apesar de ter sido adiada “por outros fatores”.
“A missão que lidero tem como objetivo discutir o Mercosul e a agenda bilateral e outros temas, em uma conversa franca. Tem também a responsabilidade e o propósito de esclarecer o estado das coisas do atual governo argentino”, acrescentou Solá.
Segundo Solá, a Argentina vive uma “situação difícil”, com graves problemas de demanda interna e externa, queda no superavit e uma “dívida externa absurda” que teria por base um “sistema cambial irresponsável”.
Além disso, acrescentou, o país vizinho vive “uma inflação altíssima, com cifras astronômicas, se comparadas às do Brasil”. Para ele, essa situação precisa ser encarada “sem artifícios mágicos”.
Diante desse cenário, a Argentina tem buscado renegociar a dívida que tem com o FMI. “Já fizemos visitas, na busca de apoio de países europeus. Pedimos também ao governo brasileiro que nos apoie nessa questão com o FMI, de forma a darmos o primeiro passo para um acordo. Queremos tempo para podermos crescer e pagar nossas dívidas”, disse o argentino.
Solá acrescentou que seu país tem atuado fortemente para superar pendências que tem na área agrícola e sanitária, visando à superação de barreiras comerciais.
Em discurso, o ministro Ernesto Araújo disse que o Brasil tem “convicção e expectativa” de contar com a parceria da Argentina em temas essenciais para o projeto de consolidação do Mercosul como plataforma de inserção na economia internacional. “Temos interesse comercial de nos posicionarmos como polo de crescimento econômico; na determinação de trabalhar pela democracia na nossa região e na dimensão da segurança e combate ao crime organizado”, disse o ministro brasileiro.
De acordo com Araújo, Brasil e Argentina se reunirão com representantes de outros países no Canadá na semana que vem, para discutir como contribuir para a redemocratização da Venezuela. “Na nossa conversa, falamos de nossa preocupação e empenho pela democracia. Temos aspiração democrática fundacional em nosso bloco. Nesse sentido decidimos contribuir para a transição democrática da Venezuela”, afirmou Araújo.
EBC
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