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Após prisão, Nuzman pede afastamento do Comitê Olímpico Brasileiro

No documento, ele pede afastamento da presidência do COB e do cargo de presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016. "Meu afastamento

Após prisão, Nuzman pede afastamento do Comitê Olímpico Brasileiro
Após prisão, Nuzman pede afastamento do Comitê Olímpico Brasileiro

Redação Publicado em 08/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 08h37


No documento, ele pede afastamento da presidência do COB e do cargo de presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016. “Meu afastamento perdurará pelo tempo que se fizer necessário para minha completa, inquestionável exoneração de qualquer responsabilidade pela prática dos atos que, indevida e injustamente, me são imputados”, escreveu o agora presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro.

A carta será levada à Assembleia Geral Extraordinária da entidade, que acontecerá na próxima quarta-feira (11) às 14:30h, na sede do COB, no Rio de Janeiro.

Nuzman e seu vice-presidente, Leonardo Gryner, também preso, são suspeitos de intermediar compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como cidade-sede da Olimpíada de 2016. Também estão envolvidos no esquema, segundo o Ministério Público Federal, o ex-governador Sérgio Cabral e o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, que está foragido.

A carta foi assinada na sexta-feira (6). Nela, Nuzman escreve: “Para exercer em plenitude o meu direito de defesa, até agora violado, afasto-me, a partir de agora, dos cargos de Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e de Membro Nato do Comitê Olímpico Brasileiro”. (Veja íntegra da carta abaixo):

Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2017.

Aos Membros da Assembleia do Comitê Olímpico Brasileiro

(Aos Cuidados do Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro)

Prezados Senhores Membros:

Não posso deixar o esporte olímpico brasileiro, seus dirigentes e, especialmente, os atletas, serem atingidos, por qualquer forma, pelos acontecimentos e investigações que me envolvem injustamente.

Vou defender minha honra e provar minha inocência, diante das autoridades constituídas, nomeadamente perante o Poder Judiciário. Vou defender minha honra e provar minha inocência diante dos desportistas do mundo inteiro. Vou defender minha honra e provar minha inocência diante daqueles que me acusam e de outros que se omitem. Vou defender minha honra e provar minha inocência aos dirigentes do esporte olímpico mundial, inclusive aqueles integrantes do Comitê Olímpico Internacional.

Para exercer em sua plenitude o meu direito de defesa, até agora violado, afasto-me, a partir desta data, dos cargos de Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e de Membro Nato da Assembleia Geral do Comitê Olímpico Brasileiro. Afasto-me, também, do cargo de Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Meu afastamento perdurará pelo tempo que se fizer necessário para minha completa, inquestionável, exoneração de qualquer responsabilidade pela prática dos atos que, indevida e injustamente, me são imputados. Somente assim, entendo, poderei dedicar-me ao sagrado direito de defesa, trazendo a necessária tranquilidade para a correta administração do esporte olímpico brasileiro e, logicamente, não interferindo no aperfeiçoamento e desenvolvimento de seus atletas.

Cordialmente,

Carlos Arthur Nuzman

Presidente

Em carta, Nuzman pede afastamento do COB (Foto: Reprodução)

Em carta, Nuzman pede afastamento do COB (Foto: Reprodução)

Na prisão

Nuzman passou a primeira noite dele na prisão, no mesmo presídio onde se encontra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Dormiu num colchão que foi usado por um atleta na Olimpíada. Ele está numa cela para quatro pessoas.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira (6) que suspendeu provisoriamente o Comitê Olímpico do Brasil (COB), após a prisão de seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, suspeito de intermediar compra de votos para assegurar a sede dos Jogos Olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro.

O COI também suspendeu Nuzman de todas as suas funções e direitos de membro honorário, e o excluiu da comissão de coordenação dos Jogos de Tóquio-2020. O comitê detalhou que a punição não irá afetar atletas brasileiros.

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