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Aliados pedem que Mandetta resista no cargo e preveem embates com Bolsonaro

Aliados do ministro Luiz Henrique Mandetta preveem uma escalada dos conflitos com o presidente Jair Bolsonaro, mas têm pedido “cautela” e que o comandante da

Aliados pedem que Mandetta resista no cargo e preveem embates com Bolsonaro
Aliados pedem que Mandetta resista no cargo e preveem embates com Bolsonaro

Redação Publicado em 30/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h01


Próximos 15 dias serão determinantes para mostrar quem está certo, na avaliação do entorno do titular da Saúde sobre crise do novo coronavírus

Aliados do ministro Luiz Henrique Mandetta preveem uma escalada dos conflitos com o presidente Jair Bolsonaro, mas têm pedido “cautela” e que o comandante da Saúde resista no cargo. A avaliação é de que os próximos 15 dias serão determinantes para mostrar quem está certo: se o ministro da Saúde ou o presidente da República.

Pessoas próximas a Mandetta disseram ao GLOBO que, durante a semana, o ministro chegou a classificar a situação como “insustentável”. Conselheiros, então, entre os quais o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), reforçaram os apelos para ele “aguente o tranco” e “toque o barco”. A avaliação unânime levada a Mandetta é a de que, hoje, os brasileiros confiam no ministro e precisam do trabalho que ele tem desempenhado.

Os próximos 15 dias são considerados cruciais. Se a população seguir as orientações de Bolsonaro e voltar às ruas, abrindo caminho para o aumento de mortes por conta da Covid-19, Mandetta pode ganhar fôlego, avalia o entorno do ministro.

Segundo relatos, Mandetta foi à reunião ministerial no Palácio do Alvorada, no sábado, com o objetivo de saber se Bolsonaro continuaria lhe dando carta branca e liberdade para seguir defendendo medidas baseadas na ciência e na medicina. Do contrário, não teria condições de permanecer à frente do ministério.

O movimento de Mandetta, de acordo com aliados, foi respaldado por seus principais auxiliares no Ministério da Saúde, o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, e o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira.

A resposta, dizem aliados, veio com a coletiva à imprensa de Mandetta no próprio sábado, em que o ministro reafirmou a defesa do isolamento social, repudiou a versão de que a hidroxicloroquina é a cura para doença e criticou os atos pela reabertura do comércio pelo país.

Neste domingo, Bolsonaro decidiu sair do Palácio da Alvorada para o que chamou de tour “aleatório” pelo Distrito Federal. O presidente parou em vários pontos da cidade, entre comércios abertos e locais de ambulantes, para cumprimentar apoiadores.

A visita do presidente a locais com concentração de pessoas foi vista como mais um gesto para desautorizar Mandetta. A aliados, no entanto, o ministro da Saúde indicou que seguirá usando as entrevistas coletivas à imprensa para reforçar recomendações técnicas.

A mudança de postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também é apontada como importante sinal de isolamento de Bolsonaro. Neste domingo, ele pediu para a população americana ficar em casa até 30 de abril. A diretriz anterior era de encerrar o isolamento na Páscoa, no dia 12.

iG

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