Estudo revela risco maior de pensamentos suicidas em crianças que enfrentam dificuldades de sono
Sabrina Oliveira Publicado em 23/09/2024, às 15h01
Um estudo recente revela uma ligação preocupante entre distúrbios do sono na infância e um aumento no risco de comportamento suicida durante a adolescência. Publicado no periódico JAMA Network Open, a pesquisa aponta que crianças de 10 anos que apresentam graves dificuldades para dormir têm até 2,7 vezes mais chances de desenvolver pensamentos suicidas ou tentar suicídio dois anos depois.
A pesquisa foi realizada com mais de 8.800 crianças dos Estados Unidos, cujos pais relataram problemas de sono, como dificuldade para adormecer, sono interrompido ou sonolência excessiva. Os dados indicaram que quase um terço das crianças com distúrbios graves de sono manifestou algum nível de comportamento suicida na adolescência, mesmo após considerar fatores de risco como ansiedade, depressão e conflitos familiares.
O estudo também sugere que crianças que sofrem com pesadelos frequentes correm um risco cinco vezes maior de desenvolver comportamento suicida, tornando o sono um fator crítico de atenção para a saúde mental. "O sono é um barômetro do nosso bem-estar e oferece uma janela importante para a saúde emocional e física", afirma Rebecca Bernert, autora principal do estudo e suicidologista de Stanford.
Especialistas destacam que o sono inadequado pode comprometer a função cerebral, dificultando a regulação emocional, aumentando a impulsividade e prejudicando a tomada de decisões, o que pode levar a uma maior vulnerabilidade em momentos de estresse. A psicóloga clínica Rebecca Berry enfatiza a importância de criar bons hábitos noturnos desde cedo, como rotinas consistentes e a prática de atividades relaxantes antes de dormir, para melhorar a qualidade do sono das crianças.
Os pais são encorajados a monitorar de perto o padrão de sono de seus filhos e a buscar ajuda profissional caso notem mudanças drásticas ou persistentes. O sono de qualidade desempenha um papel fundamental na prevenção de problemas futuros, e ajustes simples nas rotinas diurnas e noturnas podem ter um impacto significativo na saúde mental de longo prazo.
Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades e precisa de ajuda, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito, anônimo e sigiloso pelo telefone 188, disponível 24 horas em todo o Brasil.
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